Mercados

Ibovespa (IBOV) avança com petróleo e à espera de decisões sobre juros no Brasil e nos EUA; 5 coisas para saber ao investir hoje (31)

31 jul 2024, 10:14 - atualizado em 31 jul 2024, 13:24
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Ibovespa tenta sustentar alta no último pregão de julho; o índice acumula avanço de quase 2% no mês (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

 O último pregão do Ibovespa (IBOV) em julho começa agitado, principalmente no cenário internacional. 

O principal índice da bolsa brasileira registrava alta de 0,34%, a 126.570,17 pontos, após a abertura. Até agora, o índice acumula alta de 1,80% no mês.



O dólar à vista (USDBRL) abriu a sessão de hoje (31) a R$ 5,6089 (-0,15%). 

As atenções dos investidores ficam concentradas nas decisões sobre os juros no Brasil e nos Estados Unidos.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil e o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed) decidem a política monetária nesta quarta-feira (31). Nas duas, a expectativa é de manutenção — da Selic a 10,50% ao ano e do Fed Funds na faixa de 5,25% a 5,50% ao ano.

O Banco do Japão também elevou os juros para o nível mais alto em 17 anos.

No radar, os desdobramentos da morte do líder do Hamas no Oriente Médio. Não houve comentário ou reivindicação de responsabilidade por parte de Israel. Mesmo assim, o assassinato já repercute no mercado, influenciando principalmente os preços do petróleo.

Day Trade:

Radar do Mercado:

5 assuntos para saber antes de investir no Ibovespa nesta quarta (31)

Super Quarta

Hoje, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulga a decisão sobre a Selic. A expectativa é de que o colegiado mantenha a taxa básica de juros em 10,50% ao ano, mas com um comunicado mais ‘duro’ e alguma sinalização para as próximas reuniões.

A decisão deve ser divulgada após às 18h (horário de Brasília).

Nos EUA, o Federal Reserve deve manter a taxa de juros no intervalo de 5,25% a 5,50% ao ano, mas também deve indicar que uma redução nos juros poderá ocorrer já em setembro.

Contratos vinculados à taxa de juros do BC norte-americano mostram que os investidores estão convencidos de que haverá um corte na taxa na reunião de 17 e 18 de setembro, com a única discordância sobre se o Fed começará a afrouxar a política monetária com uma redução de 0,25 ponto percentual, como a maioria espera, ou com um corte mais agressivo de 0,5 ponto percentual, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group.

O comunicado do BC norte-americano será divulgada às 15h (horário de Brasília) e o presidente do Fed, Jerome Powell, dará uma coletiva de imprensa às 15h30.

O Japão também é destaque. O Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) aumentou a taxa de juros em um movimento inesperado nesta quarta-feira (31) e revelou um plano detalhado para desacelerar sua compra maciça de títulos, dando mais um passo em direção à eliminação gradual de uma década de grande estímulo.

A decisão leva sua taxa de curto prazo a níveis nunca vistos desde 2008.

O presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, não descartou outro aumento de juros este ano e sinalizou a disposição do banco de aumentar constantemente os custos de empréstimos para níveis considerados neutros para a economia nos próximos anos. Os comentários empurraram o dólar para menos de 151 ienes pela primeira vez desde março.

Detalhamento dos cortes nos gastos públicos 

Por volta de 23h (horário de Brasília) desta terça-feira (30), o governo publicou o decreto com o detalhamento da contenção de R$ 15 bilhões no Orçamento deste ano com o objetivo de cumprir as exigências do arcabouço fiscal.

Os ministérios da Saúde, das Cidades, dos Transportes e da Educação foram as pastas mais atingidas pelo congelamento de gastos. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e as emendas parlamentares também entraram nos cortes.

Sendo assim, R$ 11,2 bilhões foram bloqueados para respeitar o limite de despesas públicas para este ano, por conta de um gasto acima do limite de 2,5% previsto pelo arcabouço. Outros R$ 3,8 bilhões foram contingenciados para que a projeção de resultado primário do ano fique dentro da banda de tolerância da meta fiscal.

Confira as pastas com maiores cortes:

  • R$ 9,2 bilhões em despesas discricionárias do Poder Executivo
  • R$ 4,5 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)
  • R$ 4,4 bilhões do Ministério de Saúde
  • R$ 2,1 bilhões do Ministério das Cidades
  • R$ 1,5 bilhão do Ministério dos Transportes
  • R$ 1,3 bilhão do Ministério da Educação
  • R$ 1,095 bilhão em emendas de comissão
  • R$ 153 milhões de emendas de bancada. As emendas individuais não foram incluídas nos cortes.

Desemprego no Brasil

A taxa de desemprego no Brasil ficou em 6,9% nos três meses até junho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A mediana das previsões em pesquisa da Reuters era de que a taxa ficaria em 6,9 por cento por cento no período.

3R Petroleum e Enauta

As ações da Enauta (ENAT3) devem se despedir da B3 hoje, de acordo com o cronograma tentativo de fechamento de operação com a 3R Petroleum (RRRP3), que marca hoje como último dia de negociação dos papéis.

Já para quinta-feira (1) está previsto o primeiro dia de negociações das ações da 3R emitidas em decorrência da incorporação da Maha Holding e da incorporação das ações da Enauta.

Além disso, os investidores reagem aos resultados das duas companhias, divulgados na véspera.

A Enauta reportou prejuízo de R$ 219 milhões no segundo trimestre deste ano, revertendo o lucro de R$ 41 milhões no mesmo período de 2023.

A queda, segundo a empresa, deve-se a eventos não recorrentes e a queda de produção, com a parada em 21 de junho da produção do campo de Atlanta — um dos principais da empresa; as operações já foram retomadas — e a manutenção no campo de Manati, onde tem 40% de participação e produzia 5 mil barris diários de barris de óleo equivalente (boed).

Já a 3R Petroleum também teve prejuízo líquido de R$ 363 milhões no segundo trimestre, revertendo resultado positivo de R$ 79,4 milhões registrado no mesmo período do ano passado.

Atenções voltadas ao Oriente Médio

O líder do Hamas Ismail Haniyeh foi assassinado na madrugada de quarta-feira (31) no Irã, segundo o grupo militante palestino e Teerã, gerando ameaças de vingança contra Israel em uma região já abalada pela guerra em Gaza e pelo aprofundamento do conflito no Líbano.

A Guarda Revolucionária do Irã confirmou a morte de Haniyeh, horas depois que ele participou de uma cerimônia de posse do novo presidente do país, e disse que estava investigando.

O assassinato, que ocorreu menos de 24 horas depois que Israel alegou ter matado o comandante do Hezbollah que, segundo o país, estava por trás de um ataque mortal nas Colinas de Golã, ocupadas por Israel, parece ter diminuído as chances de qualquer acordo de cessar-fogo iminente na guerra de 10 meses em Gaza.

Não houve comentário ou reivindicação de responsabilidade por parte de Israel. Os militares israelenses disseram que estavam avaliando a situação, mas não emitiram nenhuma nova diretriz de segurança para os civis.

Em reação, os preços do barril do petróleo Brent superaram US$ 80 e registrou alta de mais de 3% mais cedo.

*Com informações de Reuters 

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