Ibovespa (IBOV) recua com prévia da inflação e expectativa por Vale (VALE3): 5 coisas para saber ao investir hoje (25)
Em mais um dia, o Ibovespa (IBOV) repercute novos dados econômicos locais, em meio à temporada de balanços nesta quinta-feira (25).
O principal índice da bolsa brasileira abriu com baixa de 0,25%, a 126.110,47 pontos, por volta de 10h07.
Na véspera, os índices S&P 500 e Nasdaq, de Wall Street, registraram o pior desempenho desde 2022, com decepção com os resultados de Tesla e Alphabet, dona do Google — e a aversão ao risco deve continuar por lá.
O dólar à vista (USDBRL) abriu a sessão de hoje em alta a R$ 5,6904 (+0,60%), na contramão do desempenho da moeda no exterior.
No cenário doméstico, os investidores repercutem as declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de julho — que veio acima do esperado para o mês.
Depois de dias agitados, o noticiário corporativo fica em segundo plano, enquanto o mercado aguarda o balanço do segundo trimestre de Vale (VALE3) — que deve ser divulgado hoje após o fechamento dos mercados.
Day Trade:
- Raia Drogasil (RADL3), MRV (MRVE3) e mais ações para comprar hoje (25)
- Bradespar (BRAP4), Marcopolo (POMO4) e outras ações para vender hoje (25)
Radar do Mercado:
5 assuntos para saber antes de investir no Ibovespa nesta quinta (25)
Prévia da inflação
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,30% em julho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número indica uma desaceleração em relação à alta de 0,39% apurada em junho. Mesmo assim, o dado ficou acima das expectativas do mercado, de alta de 0,23% para o mês.
O IPCA-15 acumula alta de 2,82% até o sétimo mês do ano e de 4,45% em 12 meses. No mês passado, esses números eram de 2,52% e 4,06%, respectivamente.
O acumulado de um ano do índice encostou no teto da meta de inflação perseguida pelo Banco Central para 2024, mas ainda segue dentro. O alvo é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima.
Equilíbrio das contas públicas
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a reforma tributária, em fase de regulamentação no Congresso. Ele ainda afirmou que quem não paga imposto no Brasil precisa voltar a pagar para que o governo possa reequilibrar as contas públicas.
Em entrevista à GloboNews na quarta-feira (24), Haddad afirmou que o país tem um “déficit absurdo” há cerca de dez anos e que o governo tem procurado corrigir o problema.
“Quem não paga imposto tem que voltar a pagar, senão a gente não reequilibra as contas”, disse o ministro, que na entrevista voltou a citar o impacto da desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia sobre a arrecadação.
Com foco nas contas de 2024, na última segunda-feira (22) os ministérios do Planejamento e da Fazenda confirmaram a necessidade de contenção de R$ 15 bilhões para levar a projeção de déficit primário do governo central em 2024 a R$ 28,8 bilhões — exatamente o limite inferior da margem de tolerância da meta de déficit zero.
Durante a entrevista, Haddad também foi questionado sobre a sustentabilidade do arcabouço fiscal no médio prazo — especificamente a partir de 2026 ou 2027 — considerando o crescimento dos gastos com previdência, saúde e educação. O ministro reconheceu que existe hoje um “debate legítimo” sobre o assunto, mas limitou-se a afirmar que o governo entregará um orçamento fiscal para 2025 “bastante consistente”.
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Balanço de Vale: o que esperar
A Vale (VALE3) divulga o seu resultado nesta quinta-feira (25), uma semana após reportar produção de 80,5 milhões de toneladas métricas (Mt) de minério de ferro no segundo trimestre de 2024, alta de 2,4% no ano e 13,8% no trimestre. Os números foram considerados sólidos por analistas.
No entanto, ainda pairam dúvidas sobre se os dados serão suficientes para mitigar a desconfiança do mercado, tendo em vista os preços fracos do minério de ferro, puxado pela China, e a sucessão de um novo CEO ainda pendente.
O Itaú BBA espera que o resultado operacional (Ebitda) aumente 16% no trimestre, impulsionado por resultados mais fortes nas divisões de ferrosos e metais básicos.
Novo corte de juros na China
O Banco Central da China (PBoC, na sigla em inglês) surpreendeu os mercados pela segunda vez nesta semana. A autoridade monetária reduziu a taxa de empréstimo de médio prazo (MLF) de um ano de 2,5% para 2,3%, ao fazer uma injeção de liquidez de 200 bilhões de yuans — equivalente a US$ 27,5 bilhões.
A taxa permanecia inalterada desde agosto do ano passado e a medida sugere que as autoridades estão tentando fornecer um estímulo monetário mais pesado para sustentar a economia.
Na segunda-feira (22), o PBoC cortou a taxa de recompra reversa de sete dias de 1,8% para 1,7% e também reduziu as taxas de empréstimo de um ano (LPR) de 3,45% para 3,35%, enquanto a LPR de cinco anos passou de 3,95% para 3,85%.
Hoje, os mercados acionários da China reagiram negativamente às notícias, considerando que a urgência repentina dos empréstimos significa que as pressões deflacionárias e a fraqueza da demanda do consumidor são mais graves do que o que está precificado nos ativos. A China divulgou dados do PIB mais fracos do que o esperado neste mês.
Crescimento da economia dos EUA
O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos (EUA) no segundo trimestre de 2024 (2T24) cresceu a 2,8%, na base anual, informou o Departamento do Comércio nesta quinta-feira (25). No trimestre passado, o aumento foi de 1,4%.
O avanço superou as expectativas do mercado, que esperava uma alta de 2% no trimestre.
A economia, que continua a ter um desempenho superior ao de seus pares globais apesar dos fortes aumentos dos juros pelo Federal Reserve (Fed) em 2022 e 2023, segue sendo impulsionada por um mercado de trabalho resiliente, mesmo com a taxa de desemprego tendo subido para 4,1%, a maior em dois anos e meio.
Já o núcleo do índice de preço de consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês), que exclui os componentes voláteis de alimentos e energia, avançou 2,9% entre abril e junho, depois de ter subido a um ritmo de 3,7% no primeiro trimestre. A desaceleração do PCE é uma boa notícia para o Fed — e um dos motivos para o mercado seguir com a aposta majoritária de corte nos juros em setembro.
O chamado núcleo do PCE é uma das medidas de inflação monitoradas pelo Fed para sua meta de 2%. O BC dos Estados Unidos deve divulgar uma nova decisão sobre a política monetária na próxima quarta-feira (31).
*Com informações de Reuters