Ibovespa (IBOV) cai mais de 1% com tensão entre Brasil e EUA; 5 coisas para saber antes de investir hoje (19)

Com poucos destaques no cenário doméstico, o Ibovespa (IBOV) fica à mercê das movimentações do exterior. As negociações para um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia, as relações comerciais dos Estados Unidos e países parceiros dividem as atenções.
Por volta de 10h10 (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira caía 1,16%, aos 135.733,34 pontos.
O dólar à vista acelera alta ante o real com o enfraquecimento das commodities no mercado internacional. No mesmo horário, o dólar à vista subia a R$ 5,4735 (+0,72%).
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5 assuntos para saber ao investir no Ibovespa nesta terça-feira (19)
1- “Bloqueio” à Lei Magnitsky
O ministro do STF Flávio Dino determinou que leis e decisões estrangeiras não podem afetar cidadãos, empresas ou bens no Brasil em relação a atos realizados no país. Segundo a decisão, imposições, restrições de direitos ou coerções de origem estrangeira não têm validade sobre pessoas, ou empresas brasileiras.
A medida atende a pedido do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) para impedir que municípios brasileiros acionem a Justiça de outros países por desastres de mineração, como Mariana e Brumadinho. Embora não cite diretamente, a decisão também impede que sanções estrangeiras, como as aplicadas a Alexandre de Moraes pelos EUA, tenham efeitos no Brasil.
2- Resposta do Brasil ao ‘tarifaço’
O governo brasileiro enviou uma resposta formal à investigação dos Estados Unidos sobre supostas práticas comerciais injustas, rejeitando as alegações e questionando a legitimidade do Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR) para conduzir a investigação. O Brasil afirma que a Seção 301 é um instrumento unilateral incompatível com as regras do sistema multilateral de comércio e defende a OMC como o único fórum adequado para resolver disputas comerciais.
O documento de 91 páginas aborda ponto a ponto as acusações de práticas desleais que prejudicariam exportadores norte-americanos, defendendo que as políticas brasileiras são justificáveis, equitativas e consistentes com as normas internacionais. A investigação dos EUA contra o Brasil foi iniciada em 15 de julho.
3- Suspensão da “Moratória da Soja”
A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) determinou que traders de soja suspendam o acordo da “Moratória da Soja” dentro de 10 dias, sob pena de multas pesadas, segundo decisão vista pela Reuters.
O pacto privado, que já dura duas décadas, busca proteger a floresta amazônica ao impedir que traders de soja comprem de produtores que tenham desmatado áreas na região após julho de 2008. Mas ele representa uma possível violação da legislação brasileira de concorrência.
Em decisão, o superintendente-geral do Cade, Alexandre Barreto de Souza, determinou a abertura de uma investigação completa sobre os signatários do acordo voluntário, no qual as empresas compartilham informações comercialmente sensíveis.
4- Rússia e Ucrânia
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que as garantias de segurança para Kiev devem ser definidas em cerca de 10 dias, após reuniões com Donald Trump e líderes europeus. Segundo ele, os detalhes serão formalizados em breve, enquanto questões territoriais de um possível acordo de paz serão resolvidas diretamente entre Ucrânia e Rússia.
Após o encontro, Trump manteve conversas com o presidente russo, Vladimir Putin, sobre elevar o nível das negociações diretas entre os dois países. No entanto, Trump indicou que é possível que Putin não aceite um acordo de cessar-fogo, afirmando que o desfecho dependerá das próximas semanas.
5- Tarifas de Trump
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, disse que espera um aumento substancial nas receitas tarifárias e disse que o dinheiro será usado para começar a pagar a considerável dívida pública do país. Em outras ocasiões, ele já previu uma arrecadação de cerca de US$ 300 bilhões com o ‘tarifaço’ de Trump — que entrou em vigor em abril e passou por uma “segunda rodada” no início de agosto.
Dessa vez, Bessent não quis dar uma nova previsão específica de receita, mas disse que ele e o presidente Donald Trump estão “concentrados” no pagamento da dívida. “Eu tenho dito que a receita tarifária pode ser de US$ 300 bilhões este ano. Vou ter que revisar isso substancialmente”, disse ele em uma entrevista à CNBC.
*Com informações de Reuters