Ibovespa hoje: Volta do feriado tem ajustes positivos e decisão do BCE em destaque
O Ibovespa volta do feriado nacional com ajustes positivos a fazer, diante da alta em Wall Street na véspera. O iShares MSCI Brazil (EWZ), principal fundo de índice (ETF) brasileiro em Nova York, subiu quase 1%, sendo que os recibos de ações (ADRs) da Petrobras e da Vale fecharam no azul, relegando a derrocada do petróleo e os dados fracos da China.
Aliás, passado os feriados que marcaram o início da semana, a agenda econômica ganha força nesta quinta-feira (8). O destaque fica com a decisão do Banco Central Europeu (BCE), às 9h15. A expectativa é de aceleração no ritmo de aumento da taxa de juros na zona do euro, para 0,75 ponto percentual (pp).
Ainda assim, não se pode descartar uma manutenção do aperto, repetindo a dose de 0,50 pp anunciada pelo BCE em julho. Essa divisão na aposta mostra que os mercados – e os bancos centrais – seguem divididos entre a narrativa de inflação elevada e os temores repentinos de recessão.
Porém, o mesmo não se pode dizer em relação ao Federal Reserve. Rumores de que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) deve anunciar um terceiro aperto seguido de 0,75 pp na reunião deste mês agitou os mercados internacionais ontem. Aparentemente, a alta de 0,75 pp são agora os novos 0,25 pp de outrora.
Mas a queda do petróleo tipo Brent abaixo de US$ 90 o barril ontem, o que não se via desde antes da invasão russa na Ucrânia, realça o dilema atual dos mercados. Os investidores estão preocupados com o que acontecerá com a economia global se os preços de energia seguirem mais altos, especialmente na Europa, em meio ao aumento agressivo dos juros e à queda da demanda.
Além disso, os dados fracos sobre exportação e importação chinesa mostram que não é apenas os bloqueios por causa de novos surtos da covid-19 e do combalido setor imobiliário que têm prejudicado a segunda maior economia do mundo. O recuo do consumo de mercadorias nos países desenvolvidos, em meio aos preços elevados, também está freando a atividade global.
Eleição no radar
Mas o Brasil caminha na contramão do mundo, esnobando os riscos externos. Apesar de o presidente do BC local, Roberto Campos Neto, tratar de conter o entusiasmo exagerado em relação a cortes na Selic o quanto antes, passou da hora de ficar mais otimista com o cenário local.
Fato é que a bolsa e o real brasileiros têm apresentado forte desempenho superior em comparação com a deterioração contínua dos mercados externos. Isso significa que o posicionamento técnico mudou com os investidores mais expostos aos ativos locais, o que abre espaço para realizações de lucros tal qual a observada na véspera do feriado.
Aliás, os ruídos políticos vindos das manifestações durante o 7 de Setembro tendem a elevar a cautela local hoje, ao menos até que se saiba o impacto dos atos no Dia da Independência nas pesquisas eleitorais. Nos últimos dias, a divergência esperada entre os dois candidatos favoritos animou os negócios.
No entanto, é esperado que novas leituras confirmem que a diferença entre o líder e seu principal oponente esteja diminuindo, influenciando a dinâmica do Ibovespa e do câmbio. Definitivamente, a eleição entrou no radar do mercado. Já era hora! Afinal, falta menos de um mês para o primeiro turno.
A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h50:
EUA: o futuro do Dow Jones tinha leve alta de 0,07%; o do S&P 500 oscilava com +0,04%; e o do Nasdaq tinha +0,01%;
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha ligeira alta de 0,08%; a bolsa de Frankfurt caía 0,32%; a de Londres avançava 0,17% e a de Paris crescia 0,31%.
Câmbio: o DXY tinha queda de 0,27%, a 109.55 pontos; o euro estava estável a US$ 1,0008; a libra tinha baixa de 0,05%, a US$ 1,1527; o dólar oscilava com -0,03% ante o iene, a 143,71 ienes.
Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,247%, de 3,267% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 3,444%, repetindo o fechamento na sessão anterior
Commodities: o futuro do ouro subia 0,31%, a US$ 1.733,00 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI caía 0,12%, a US$ 81,86 o barril; o do petróleo Brent subia 0,33%, a US$ 88,29 o barril; o minério de ferro para janeiro subiu 1,46% em Dalian (China), a 694,50 yuans.
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