Bula do Mercado

Ibovespa hoje segue no ritmo do samba de uma nota só da PEC da Transição

21 dez 2022, 7:58 - atualizado em 21 dez 2022, 7:59
Lula e Pacheco
Ibovespa segue com olhos atentos a um único assunto: a PEC da Transição, em meio à agenda econômica fraca nesta reta final de 2022 (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O Ibovespa deve seguir hoje com os olhos atentos ao noticiário vindo de Brasília, depois de passar o pregão da véspera concentrado em um único assunto: a PEC da Transição. Até porque é fraca a agenda econômica nesta reta final de 2022.

Ficou para esta quarta-feira (21) a votação em segundo turno da proposta na Câmara. A aprovação em primeiro turno terminou perto da meia-noite e garantiu o valor de R$ 168 bilhões fora do teto dos gastos

Porém, o prazo para essas despesas extras foi reduzido de dois para um ano, o que obriga nova apreciação da matéria pelos senadores. O Congresso também precisa votar o Orçamento de 2023. E tudo isso deve acontecer ainda hoje.

Aliás, o desfecho das negociações em torno da PEC da Transição agradou ao mercado doméstico, em meio ao maior equilíbrio de poder entre Legislativo e Executivo. Afinal, a redução do prazo da proposta aumenta a barganha dos parlamentares.

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Ibovespa quer rali após transição

Mais que isso, fica claro o intuito do Congresso de colocar um freio nas despesas do novo governo, desfazendo a sensação de que haverá um “cheque um branco” para gastar por muito tempo. Feito isso, espera-se o anúncio de novos nomes da equipe econômica.

A expectativa é de que Fernando Haddad revele os secretários do Tesouro Nacional e de áreas da Fazenda em breve. Além disso, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva deve anunciar outros futuros ministros. Ao que tudo indica, Lula já tem os nomes definidos.

Tudo isso será importante para convencer o mercado do compromisso do terceiro mandato do petista com a responsabilidade fiscal. Por ora, o receio se dá porque os indicados se assemelham em muito com os escolhidos por Dilma Rousseff, sendo pessoas menos técnicas e mais alinhadas ao PT.  

Seja como for, a definição da formação do governo Lula 3.0 em um momento ainda complicado para o Federal Reserve e para a China pode ser favorável aos ativos locais. Portanto, se não for de fim de ano, o rali tende a ser logo na virada de 2023. A conferir.

Confira o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h50:

EUA: o futuro do Dow Jones subia 0,74%; o do S&P 500 avançava 0,60%; enquanto o Nasdaq ganhava 0,51%;

NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) ainda não abriu negociação no pré-mercado, assim como os ADRs da Vale; já o da Petrobras tinha alta de 1,60%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 subia 0,96%; a bolsa de Frankfurt crescia 0,80%; a de Paris avançava 1,11% e a de Londres tinha alta de 0,62%;

Câmbio: o índice DXY tinha alta de 0,11%, a 104.08 pontos; o euro oscilava com -0,06%, a US$ 1,0619; a libra caía 0,48%, a US$ 1,2126; o dólar subia 0,11% ante o iene, a 131,83 ienes;

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,693%, de 3,690% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,244%, de 4,257%, na mesma comparação;

Commodities: o futuro do ouro caía 0,18%, a US$ 1.822,30 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 1,01%, a US$ 77,00 o barril; o do petróleo Brent ganhava 1,08%, a US$ 80,95 o barril; o contrato futuro mais líquido do minério de ferro (maio/23) negociado em Dalian (China) fechou em alta de 1,44%, a 812 yuans a tonelada métrica, após ajustes.