Bula do Mercado

Ibovespa hoje: Rali do mercado de urso começa a dar sinais de esfriamento

22 ago 2022, 8:18 - atualizado em 22 ago 2022, 9:16
Ibovespa, Ações, Mercados, B3
Ibovespa sucumbiu ao mau humor externo na semana passada e aversão ao risco nesta segunda-feira pode ampliar correção (Imagem: Diana Cheng/Money Times)

O Ibovespa sucumbiu ao mau humor externo na última sexta-feira (19), com o rali do mercado de urso dando os primeiros sinais de esfriamento. E o clima mais hostil da semana passada continua nesta segunda-feira (22) com a aversão ao risco sendo atribuída à postura mais dura (“hawkish”) do Federal Reserve.

Daí então a importância do simpósio de Jackson Hole e o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, na sexta-feira. Até lá, os mercados têm motivos para agir com cautela, o que mantém o Ibovespa sob pressão. Ainda assim, a semana reserva alguns dados interessantes nos Estados Unidos, que podem colorir o tom que Powell adotará.

A rodada de indicadores econômicos nos EUA inclui dados sobre a atividade nos setores industrial e de serviços, além de números do mercado imobiliário, a revisão do PIB do segundo trimestre e o índice de inflação preferido do Fed, o PCE. Já no Brasil, o destaque fica com a prévia de agosto do índice de preços ao consumidor (IPCA-15), na quarta-feira.

Na cena política, o presidente Jair Bolsonaro avançou mais um pouco e diminuiu para menos de 10 pontos a diferença em relação ao rival. Segundo a pesquisa FSB, encomendada pelo BTG, o ex-presidente Lula lidera com 45%, enquanto Bolsonaro ficou com 36%.

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À espera do Fed

Mas os eventos envolvendo o Fed são o destaque da semana. Enquanto aguardam, os investidores começam a avaliar se as ações globais não começam a parecer um pouco sobrecompradas. A começar por Nova York, onde os índices acionários já recuperaram mais de 50% da queda observada desde o início de janeiro.

O Ibovespa tampouco fica de fora dessa reavaliação. Depois de subir mais de 9% nas duas primeiras semanas de agosto, o Ibovespa devolveu apenas cerca de 1% na semana passada. Portanto, ainda há mais gordura a ser queimada.

Nesta manhã, os índices futuros em Wall Street seguem mergulhados no vermelho, com perdas ao redor de 1%, com os investidores questionando a tese do “pivô do Fed”. Afinal, o tom mais agressivo de dirigentes do Fed sugere que não haverá hesitação em conter a inflação apenas por causa de temores de recessão.

Portanto, ainda é cedo para comemorar que o pior da inflação já passou e que o pico de alta dos preços foi alcançado. Ao contrário, inflação alta parece ser o novo normal, o que deixa dúvidas sobre qualquer alívio no ciclo de alta dos juros nos EUA.

Da mesma forma, a fraqueza na segunda maior economia do mundo claramente não é uma boa notícia para o crescimento global. E as reduções de hoje nas taxas de empréstimo de um e cinco anos na China mostram que o Banco Central chinês (PBoC) mantém os esforços para apoiar os abalos na atividade,principalmente no setor imobiliário.

A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 8h10:

EUA: o futuro do Dow Jones tinha queda de 0,84%; o do S&P 500 caía 1,09%; e o do Nasdaq recuava 1,44%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha baixa de 0,77%; a bolsa de Frankfurt caía 1,61%; a de Londres recuava 0,20%, e a de Paris cedia 1,16%.

Câmbio: o DXY tinha alta de 0,16%, a 108.34 pontos; o euro caía 0,26%, a US$ 1,0014; a libra tinha queda de 0,25%, a US$ 1,1802; o dólar subia 0,10% ante o iene, a 137,07 ienes.

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos subia a 2,982%, de 2,973% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 3,289%, de 3,226% na sessão anterior

Commodities: o futuro do ouro tinha queda de 0,87%, a US$ 1.747,30 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 0,41%, a US$ 90,82 o barril; o do petróleo Brent avançava 2,04%, a US$ 96,98 o barril; o minério de ferro para janeiro teve alta de 1,10% em Dalian (China), a 688 yuans.

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