Ibovespa recua aos 127 mil pontos com possível isenção de IR; dólar fecha no maior nível da história, a R$ 5,91

O Ibovespa perdeu mais de 2 mil pontos após rumores de anúncio de isenção de IR junto com o pacote fiscal; Haddad faz pronunciamento ainda hoje (27) (Imagem: Pixabay)

O ‘mal-estar’ do mercado com o cenário fiscal pressionou o Ibovespa (IBOV), que perdeu um pouco mais de 2 mil pontos durante a sessão.

Nesta quarta-feira (27), o principal índice da bolsa brasileira caiu 1,73%, aos 127.668,61 pontos, na mínima do dia.

Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,9135 (+1,81%) —  na máxima nominal histórica para o dólar desde a criação do real.

No cenário doméstico, o mercado repercutiu negativamente o possível anúncio da isenção de Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil por mês, juntamente com o pacote de cortes nos gastos públicos, ainda nesta quarta-feira (27).

A expectativa agora é pelo pronunciamento oficial do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em rede nacional às 20h30 (horário de Brasília).

Segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, a medida de isenção do IR será compensada pela taxação de super-ricos.

Em entrevista coletiva em Brasília sobre os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados mais cedo, Marinho também afirmou que o conteúdo do pacote será “completamente diferente” do que vinha sendo ventilado.

Leia também

Dólar

Dólar dispara quase 2% com possível isenção de IR e fecha no maior patamar da história, a R$ 5,91

Empresas

BRF (BRFS3): Goldman eleva preço-alvo em 8% após resultado do 3T24

Em segundo plano, o Brasil abriu 132.714 vagas formais de trabalho em outubro. O dado ficou abaixo dos 200.000 esperados por economistas consultados em pesquisa da Reuters.

• Junte-se à comunidade de investidores do Money Times para ter acesso a reportagens, coberturas, relatórios e mais

Altas e quedas do Ibovespa

Entre os papéis negociados no Ibovespa, as ações da Natura (NTCO3) despontaram na liderança do índice na reta final do pregão, com o anúncio do acordo com o Comitê de Credores Quirografários da Avon Products e suas afiliadas devedoras, conhecidas como “Devedores Avon”.

O acordo faz parte do processo de chapter 11 (recuperação judicial nos Estados Unidos) enfrentado pela Avon. Os credores quirografários são aqueles que não detém nenhum bem específico da empresa como garantia para o pagamento da dívida.

Vale (VALE3) também foi um dos destaques do índice, em dia de mal-estar no mercado. Os papéis da mineradora subiram mais de 1% na esteira do desempenho do minério de ferro na China.

Já a ponta negativa do Ibovespa foi liderada por LWSA (LWSA3), antiga Locaweb, com o rebaixamento da recomendação das ações para neutro/alto risco pelo Citi. 

As ações cíclicas caíram em bloco com a disparada dos juros futuros. As taxas de Depósitos Interfinanceiros (DIs) subiram até 40 pontos-base nos vencimentos de longo prazo, com o possível anúncio de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil por mês.

Petrobras (PETR4;PETR3) recuou na esteira do petróleo pela terceira sessão consecutiva.

Exterior 

Nos Estados Unidos, os investidores repercutiram uma bateria de dados econômicos, na véspera do feriado do Dia de Ação de Graças (Thanksgiving).

Entre eles, o índice de preços (PCE) do país — indicador inflacionário preferido do Banco Central dos EUA. A inflação norte-americana subiu 0,2% em outubro, segundo divulgado pelo Bureau of Economic Analysis (BEA). Em um ano, o PCE foi a 2,3% e se afastou da meta de 2% perseguida pelo Federal Reserve (Fed).

Além disso, as ações de tecnologias também pesaram. Os papéis de Nvidia caíram mais de 3% e da Dell recuaram cerca de 12%.

Confira como fecharam os índices de Nova York:

• S&P 500: -0,38, aos 5.998,74 pontos; 
• Dow Jones: -0,31%, aos 44.722,06 pontos;
• Nasdaq: -0,60%, aos 19.060,48 pontos.

Os índices não terão negociações nesta quinta-feira (28). Na sexta-feira (29), o pregão será reduzido, com encerramento às 13h (horário de Brasília).