Ibovespa hoje: dia seguinte ao efeito Americanas cai em uma sexta-feira 13
O Ibovespa abre o pregão de hoje com os investidores curiosos em saber como será o desempenho da Americanas (AMER3). O tombo de quase 80% das ações na véspera após o rombo contábil no valor de R$ 20 bilhões fez preço no mercado ontem.
Como resultado, o Ibovespa interrompeu uma sequência de seis altas consecutivas e fechou em queda. O fato é que o dia seguinte ao efeito Americanas cai em uma sexta-feira, 13 – e é apenas o início do ano.
É inevitável relacionar a data à superstição. Ainda mais depois de uma histeria aterrorizante na bolsa brasileira.
Mas se a Americanas teve um dia para esquecer, outras varejistas buscam se afastar de qualquer impacto.
A Via (VIAA3), por exemplo, afirmou que as operações do “risco sacado” estão registradas nos resultados financeiros da empresa. Vale lembrar que as inconsistências contábeis da Americanas estão relacionadas ao chamado “covenants”.
Ainda por aqui, merece atenção o pacote fiscal anunciado ontem pela equipe econômica. Aos olhos dos mercados domésticos, a meta de zerar o déficit das contas públicas até o início de 2024 é ousada. Ao mesmo tempo, também é tímida.
Afinal, faltam detalhes sobre como alcançar tamanha façanha. Além disso, chama a atenção o fato de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pouco mencionar o teto dos gastos. Trata-se de um claro sinal de que o governo deve mesmo substituir a regra fiscal.
Ibovespa se espelha em NY
Enquanto aguarda um plano de ajuste fiscal crível, o Ibovespa pega carona na melhora do ambiente internacional. Por lá, o noticiário corporativo também entra em cena. O destaque do dia fica com os balanços trimestrais de grandes bancos nos Estados Unidos.
Ontem, o índice de preços ao consumidor norte-americano (CPI) consolidou as apostas de uma redução no ritmo de alta dos juros pelo Federal Reserve. A estimativa ainda é de uma taxa ao redor de 5%, permanecendo nesse nível por um período prolongado.
Com isso, o foco agora se desloca para a perspectiva dos lucros corporativos. Portanto, a questão-chave nos EUA não é mais a velocidade de desaceleração da inflação, mas o impacto da alta dos juros nas margens das empresas.
A estimativa é de que os ganhos se contraiam a uma taxa de dois dígitos nos próximos trimestres. E nada disso está embutido nos preços dos ativos. Aliás, com o risco inflação ficando para trás, a tese de recessão ganha força.
Os dados da balança comercial da China reforçam esse cenário, com uma forte queda nas exportações e nas importações em dezembro. Como já foi dito aqui, a reabertura econômica chinesa com o fim da Covid Zero favorece mais a atividade interna.
Portanto, o comércio global não se beneficiará. Daí porque suspeita-se da forte recuperação recente das ações e moedas dos mercados emergentes e dos preços dos metais industriais.
Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h45:
EUA: o futuro do Dow Jones tinha leve alta de 0,02%; o do S&P 500 oscilava com -0,01%; enquanto o Nasdaq cedia 0,12%;
NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) caía 0,74% no pré-mercado; nos ADRs, o da Vale recuava 0,38%, enquanto o da Petrobras tinha alta de 0,18%;
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 avançava 0,59%; a bolsa de Frankfurt tinha alta de 0,42%; a de Paris subia 0,67% e a de Londres ganhava 0,52%;
Câmbio: o índice DXY cedia 0,10%, a 102.15 pontos; o euro caía 0,12%, a US$ 1,0841; a libra subia 0,18%, a US$ 1,2234; o dólar tinha queda de 0,65% ante o iene, a 128,46 ienes;
Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,462%, de 3,446% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,132%, estável na mesma comparação;
Commodities: o futuro do ouro tinha alta de 0,48%, a US$ 1.908,00 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 1,06%, a US$ 79,22 o barril; o do petróleo Brent ganhava 1,02%, a US$ 84,89 o barril; o contrato futuro mais líquido do minério de ferro (maio/23) negociado em Dalian (China) fechou em alta de 2,11%, a 870 yuans a tonelada métrica, após ajustes.