Mercados

Ibovespa hoje: Mercados tentam ampliar rali pós-Copom em dia de payroll

05 ago 2022, 7:52 - atualizado em 05 ago 2022, 7:52
Ibovespa, Ações, Mercados, B3
Ibovespa tenta ampliar rali da véspera após forte ajuste na curva DI e no real, à espera dos dados de emprego nos EUA (Imagem: Diana Cheng/Money Times)

O Ibovespa surfou ontem na onda de que o Copom encerrou o ciclo de alta da Selic, com o juro básico a 13,75%. O forte ajuste em baixa na curva DI e a valorização do real em relação ao dólar permitiram uma recuperação das ações, que estavam muito castigadas.

A queda das commodities industriais, que ajuda a segurar a inflação, completou o quadro para o salto de mais de 2% do Ibovespa ontem. A dúvida é se esse cenário irá se repetir.

Considerando-se o histórico recente, parece haver espaço para alocação de recursos na renda variável doméstica. Ainda mais, depois de a bolsa brasileira ter sofrido com a alta rápida e acentuada da Selic, empurrando o investidor de volta à renda fixa.

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Sexta-feira de payroll

Hoje é mais uma sexta-feira de payroll. O consenso prevê a criação de 250 mil vagas nos Estados Unidos, com uma taxa de desemprego que permanecerá em 3,6%. Até agora, os mercados têm respondido a dados econômicos mais fortes como boas notícias.

Porém, caso o resultado efetivo, que sai às 9h30, venha muito fora do consenso, tanto para cima como para baixo, pode haver reações mais negativas nos ativos. Já números em torno do consenso podem dar nova sustentação à recuperação recente, especialmente das bolsas.

Seja como for, o relatório de emprego nos EUA é importante para definir os próximos passos do Federal Reserve. Por ora, prevalece a expectativa de aumento menor no juro americano em setembro, ainda que não haja nenhum indício de fim do ciclo em breve.

Em algum momento, o mercado pode questionar se o aperto do Fed até aqui está tendo o efeito desejado se a economia dos EUA continuar forte. Nesse estágio, os investidores podem começar a se preocupar com o fato de os juros terem de subir mais – ou permanecerem mais altos por mais tempo.

Provavelmente, Wall Street ainda não chegou a esse ponto. Mas com o S&P500 recuperando quase metade do movimento de baixa deste ano, subir agora pode ficar um pouco mais difícil. E isso pode ser bom para os ativos de maior risco, como o Ibovespa.

Então, vale a pena manter a mente aberta sobre como o mercado responderá a esses números ainda hoje.

Tensão EUA-China

Enquanto aguardam, os índices futuros das bolsas de Nova York amanheceram na linha d’água, sem um viés definido. Já na Europa, o sinal negativo prevalece, apesar de uma sessão positiva na Ásia.

A China prossegue até o próximo dia 8 suas operações militares no entorno de Taiwan. Pequim também anunciou sanções a Nancy Pelosi e sua família por viajar a Taiwan.

A presidente da Câmara dos Representantes dos EUA é a mais alta funcionária do país a ser penalizada pela China. Por ora, o mercado vai passando por cima desse vetor, mas há risco de que um aumento da tensão geopolítica possa gerar problemas mais sérios.

Ainda assim, as ações de tecnologia em Taiwan sacudiram o clima mais hostil entre EUA e China na Ásia. Os papéis da TSMC (TSMC34), maior produtora de semicondutores do mundo, fecharam em alta de 3,2% nesta sexta-feira.

A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h40:

EUA: o futuro do Dow Jones subia 0,12%; o do S&P 500 oscilava com -0,01%; e o do Nasdaq cedia 0,14%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 caía 0,29%; a bolsa de Frankfurt tinha queda de 0,16%; a de Londres perdia 0,18% e a de Paris recuava 0,55%.

Câmbio: o DXY subia 0,17%, a 105.88 pontos; o euro caía 0,16%, valendo US$ 1,0231; a libra perdia 0,27%, a US$ 1,2126; o dólar tinha alta de 0,11% ante o iene, a 133,09 ienes.

Treasuries: o juro da T-note de dez anos subia a 2,698%, de 2,697% na sessão anterior.

Commodities: o futuro do ouro caia 0,24%, a US$ 1.802,60 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 0,11%, a US$ 88,65 o barril, na Nymex.

Colaborou Lucas Simões

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