Ibovespa hoje: Mercados seguem pressionados por cenário de inflação e juros altos
O Ibovespa chega ao último pregão de agosto com a valorização de 7% acumulada no mês sob ameaça. A narrativa sobre inflação e juros altos volta a assustar o mercado financeiro, sobrepondo-se aos riscos de recessão, diante do compromisso dos bancos centrais de conter a alta dos preços.
A postura dos BCs a favor de aumentos mais agressivos nos juros e taxas mais altas por mais tempo é encorajada pela rodada mais recente de indicadores econômicos. De um lado, as condições ainda apertadas do mercado de trabalho sustentam a decisão do Federal Reserve de manter um aperto monetário rígido para trazer a inflação à meta.
De outro, a taxa anual recorde do índice de preços ao consumidor (CPI) na zona do euro, que subiu a 9,1% em agosto, reforça as chances de uma alta de 0,75 ponto percentual (pp) pelo Banco Central Europeu (BCE) na semana que vem. A estimativa é de que a inflação na região atinja a marca simbólica de 10% antes do fim do ano.
Portanto, esses números estão em claro desacordo com os preços atuais dos ativos de risco. Da mesma forma, minam qualquer expectativa de cortes nas taxas de juros em 2023. E é isso que explica a ressaca dos mercados globais desde o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, em Jackson Hole.
Porém, o mau humor do dia está restrito ao petróleo. Os investidores seguem atentos à crise de energia na Europa, que avança hoje com a nova parada para manutenção no gasoduto Nord Stream. A interrupção do fornecimento de gás russo deve durar três dias, mas há o receio de que esse período também possa se prolongar.
Já os índices futuros das bolsas de Nova York buscam uma direção, à espera dos números da ADP sobre a criação de vagas no setor privado em agosto (9h15). Se o número confirmar o apontado pelo relatório JOLTS, crescem as chances de um payroll robusto na sexta-feira. E a última coisa que os mercados querem ver são boas notícias econômicas que possam levar o Fed para mais uma alta de 0,75 pp em setembro.
Ibovespa sente peso de Petrobras e Vale
A forte queda nos preços do barril das referências WTI (americana) e Brent (internacional) nesta manhã deve castigar a Petrobras, pesando no Ibovespa. Da mesma forma, o tombo de quase 2% do minério de ferro cotado em Dalian também deve prejudicar as ações da Vale e siderúrgicas, respingando na bolsa.
Aliás, os índices oficiais de atividade (PMI) na China mostraram uma perda de ímpeto adicional neste mês, à medida que o impulso da reabertura econômica pós-lockdown diminuiu e a desaceleração do setor imobiliário se aprofundou. Com uma nova piora de casos de covid-19 no país, a economia chinesa segue sob perigo.
Portanto, o conhecido mês do “cachorro louco” e do mau agouro está chegando ao fim. Mas os grandes vilões do mercado no primeiro semestre deste ano continuam assustando na reta final de 2022.
A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 8h05:
EUA: o futuro do Dow Jones tinha alta de 0,14%; o do S&P 500 subia 0,36%; e o do Nasdaq avançava 0,86%;
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha queda de 0,53%; a bolsa de Frankfurt caía 0,37%; a de Londres recuava 1,21% e a de Paris cedia 0,68%.
Câmbio: o DXY subia 0,34%, a 109.14 pontos; o euro caía 0,30%, a US$ 0,9985; a libra caía 0,27%, a US$ 1,1624; o dólar caía 0,06% ante o iene, a 138,71 ienes.
Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos subia a 3,140%, de 3,110% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 3,487%, de 3,433% na sessão anterior
Commodities: o futuro do ouro tinha queda de 0,81%, a US$ 1.722,30 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI cedia 2,74%, a US$ 89,17 o barril; o do petróleo Brent recuava 2,45%, a US$ 95,47 o barril; o minério de ferro para janeiro teve queda de 1,94% em Dalian (China), a 683,50 yuans.
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