Mercados

Ibovespa hoje: Mercados reagem à decisão do Copom, em dia de exterior positivo

04 ago 2022, 7:59 - atualizado em 04 ago 2022, 8:11
Juros Brasil Copom Selic
Ibovespa deve abrir o pregão dividido entre o sinal positivo vindo do exterior e a reação do dólar e dos juros futuros à decisão do Copom de elevar a Selic (Imagem: Shutterstock/Westlight)

O Ibovespa deve abrir hoje dividido entre o sinal positivo vindo dos mercados internacionais e a reação dos ativos domésticos ao aumento da taxa Selic para 13,75% ontem. A porta aberta deixada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) para a próxima reunião tende a influenciar os negócios com dólar e juros futuros, respingando na bolsa.

No comunicado que acompanhou a decisão, o Copom afirma que “avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude”, indicando que ainda cabe uma alta de 0,25 ponto porcentual em setembro. Porém, a interpretação da mensagem nunca é fácil.

Há quem diga que ainda cabe mais uma ou quiçá duas altas no juro básico. Outros já vislumbram o fim do ciclo de aperto da Selic, iniciado em março do ano passado, quando a taxa estava no piso histórico de 2%.

Nesse embate, Ibovespa, dólar e as taxas dos DIs devem ficar divididos, aguçando a volatilidade, em meio à agenda econômica mais fraca no dia. Ainda assim, algum prêmio de risco deve ser retirado no “miolo da curva” de juros futuros, aliviando a pressão sobre os negócios locais.

Bear Market Rally

Já no exterior, os investidores seguem surfando na onda do rali do mercado de baixa (“bear market rally”). A narrativa de que o crescimento econômico global mais fraco irá interromper o ciclo de aperto monetário, principalmente nos Estados Unidos, sustenta esse movimento.

Porém, o Federal Reserve ainda não deu nenhum indício de que deve encerrar em breve os aumentos na taxa dos Fed Funds. Tampouco sinalizou qualquer chance de começar a cortar os juros no ano que vem. Talvez seja preciso até precisar subir mais.

Por isso, os bears markets rallies são conhecidos como os mais violentos para os ativos de risco. Mas os índices futuros das bolsas de Nova York sinalizam uma continuidade dos ganhos recentes, o que embala as praças europeias, após uma sessão positiva na Ásia.

As ações de tecnologia tiveram um respiro na sessão asiática, após sucessivos pregões de perdas neste início de agosto. Destaca para a gigante Alibaba (BABA34), que subiu mais de 4%, puxando uma alta de mais de 2% em Hong Kong.

Mas qualquer alívio nos mercados tende a ser passageiro. Até porque a lista de focos de tensão é crescente.

Ainda que a atenção dos mercados sobre a questão de Taiwan não dure, o clima hostil entre EUA e China deve durar muito mais do que esta semana. Exercícios militares, retaliação econômica, reunificação e eleições são alguns dos cinco pontos que podem tornar mais provável um conflito maior.

Fique atento, investidor!

A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h50:

EUA: o futuro do Dow Jones subia 0,29%; o do S&P 500 tinha alta de 0,40%; e o do Nasdaq avança 0,60%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 ganhava 0,81%; a bolsa de Frankfurt crescia 1,49%; a de Londres avançava 0,27% e a de Paris subia 0,1,26%.

Câmbio: o DXY caía 0,28%, a 106.22 pontos; o euro subia 0,26%, valendo US$ 1,0193; a libra ganhava 0,37%, cotada a US$ 1,2191; o dólar tinha alta de 0,27% ante o iene, a 134,22 ienes.

Treasuries: o juro da T-note de dez anos subia a 2,736%, de 2,706% na sessão anterior.

Commodities: o futuro do ouro subia 1,14%, a US$ 1.796,60 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 1,20%, a US$ 91,79 o barril, na Nymex.

*Colaborou Lucas Simões

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