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PT centrista? As falas da presidenciável que fizeram o Ibovespa fechar em disparada de 2%

05 jan 2023, 18:08 - atualizado em 08 jan 2023, 3:46
Lula e Tebet
“Tebet reafirmou o centrismo econômico”, comenta o economista André Perfeito (Imagem: Flickr/Simone Tebet)

O Ibovespa (IBOV) virou foguete na sessão desta quinta-feira recuperando o tombo de segunda e terça, quando caiu 5%. Neste pregão, o índice fechou em disparada de 2,19%, a 107.641 pontos.

A alta confirma a recuperação vista na quarta, quando subiu 1%, após ajustes de falas do novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Mais cedo, a nova ministra do Planejamento, Simone Tebet tomou posse enfatizando a responsabilidade fiscal e social.

Ainda no discurso, Tebet disse que converge com o ministro da Fazenda em relação à necessidade de aprovar a reforma tributária. Para ela, a proposta não poderia estar em melhores mãos do que as de Bernard Appy.

Depois de os mercados domésticos iniciarem 2023 com o pé atrás com a equipe do presidente, as palavras proferidas por Tebet resgataram a sensação de que o novo governo não será um PT raiz.

“Tebet reafirmou o centrismo econômico”, comenta o economista André Perfeito.

Para ele, ao enfatizar, no pronunciamento nesta quinta-feira (5), que há divergências com os demais integrantes da área, a terceira colocada nas eleições presidenciais de 2022 reforça a perspectiva de que a condução do governo Lula será mais ao centro (e menos à esquerda) do que o mercado espera.

“A fala dela constrói um eixo que pode ser um contrapeso aos aspectos mais heterodoxos”, afirma Perfeito. “Tudo indica que a interação entre FazendaPlanejamentoIndústria e Comércio seja, não heterodoxo, mas sim heterogêneo”, completa

“Os mercados seguem dando ao governo o benefício da dúvida. A operação abafa deu algum resultado. Hoje descolamos para o bem em bolsa e câmbio em relação ao mundo”, disse em publicação no Twitter Sergio Machado, sócio da NCH Capital.

Elcio Cardozo, sócio da Matriz Capital, lembra que o movimento altista de hoje de boa parte das ações da Bolsa são momentos de correção das intensas quedas que ocorreram nessa semana, principalmente na segunda e na terça feira.

“A queda dos juros futuros beneficia o setor de varejo e também financeiro. Isso porque um dos grandes temores dos bancos, com destaque para o Bradesco, é o risco de inadimplência dos clientes que tomam crédito”, coloca.

Além disso, a Petrobras (PETR4) se recuperou bem ontem e hoje em decorrência de declarações do possível futuro presidente da companhia, Jean Paul Prates, que sinalizou que a política de dividendos da empresa será mantida e também que a empresa seguirá respeitando a política de preços internacionais do petróleo.

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