Ibovespa hoje: Mercados buscam recuperação, mas ainda sentem impacto da inflação nos EUA
O Ibovespa deve acompanhar a recuperação ensaiada pelos mercados internacionais nesta quarta-feira (14), após as bolsas de Nova York registrarem a pior sessão desde junho de 2020. Mas os investidores ainda sentem o impacto vindo dos dados da inflação ao consumidor nos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês).
O aumento muito maior que o esperado no núcleo do indicador, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, mostra que o Federal Reserve ainda tem muito trabalho a ser feito para domar a alta dos preços. Por isso, segue viva a chance de um aperto maior na taxa de juros na semana que vem, de um ponto percentual (pp).
No mercado futuro, essa possibilidade já está em 32%, de zero um dia antes. Ainda assim, a expectativa majoritária permanece por um novo aumento de 0,75 pp, com 68%. Além disso, o mercado já começa a trabalhar com uma taxa terminal acima de 4% ao final neste ano, em meio às apostas divididas para a última reunião do Fed, em dezembro.
Diante disso, o mercado vai se dando conta de que a inflação alta nos EUA está totalmente espalhada e enraizada na economia, trazendo à tona a necessidade de juros mais altos por mais tempo. Com isso, a atividade e o mercado de trabalho devem ser contaminados, tornando mais provável a narrativa de recessão.
Os dados da inflação ao produtor americano (PPI, na sigla em inglês) de hoje (9h30) não devem ter muito efeito para provocar uma reação do mercado. Ainda assim, qualquer recuperação dos ativos de risco, como a que se vê hoje, tende a ser de curta duração.
Esse movimento nada mais é que o rali do mercado de urso (“bear market rally”), conforme já alertado recentemente. Portanto, qualquer retomada sustentável dos mercados carece de uma mudança de cenário – ainda invisível no horizonte à frente.
Cenário eleitoral também segue igual
Aliás, o mesmo se pode dizer sobre a perspectiva local. O foco no Brasil continua nas eleições presidenciais. Porém, as pesquisas eleitorais mais recentes mostram que as manifestações do 7 de setembro não surtiram efeito sobre as intenções de voto dos principais candidatos.
Levantamento da Quaest/Genial divulgado nesta manhã mostra que o presidente Jair Bolsonaro permaneceu estável com 34%, enquanto o líder petista Luiz Inácio Lula da Silva oscilou para baixo, dentro da margem de erro, de 44% para 42%.
Já os dados sobre a atividade doméstica seguem mostrando uma economia robusta. Ontem, foi o caso do desempenho do setor de serviços. Hoje, é a vez das vendas no varejo (9h), que devem receber impulso do aumento do Auxílio Brasil para R$ 600.
A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h40:
EUA: o futuro do Dow Jones subia 0,37%; o do S&P 500 avançava 0,52%; e o do Nasdaq ganhava 0,58%;
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha queda de 0,37%; a bolsa de Frankfurt caía 0,34%; a de Londres recuava 0,75% e a de Paris cedia 0,10%;
Câmbio: o DXY tinha queda de 0,47%, a 109.30 pontos; o euro avançava 0,50%, a US$ 1,0017; a libra tinha alta de 0,56%, a US$ 1,1558; o dólar caía 1,00% ante o iene, a 143,11 ienes.
Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,441%, de 3,415% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 3,797%, de 3,746% na sessão anterior
Commodities: o futuro do ouro tinha leve baixa de 0,13%, a US$ 1.715,20 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 0,17%, a US$ 87,46 o barril; o do petróleo Brent ganhava 0,50%, a US$ 93,65 o barril; o minério de ferro para janeiro caiu 1,10% em Dalian (China), a 717,50 yuans.
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