Ibovespa hoje: Mercado pega ‘onda Bolsonaro’ nas eleições e projeta 2º turno acirrado
O Ibovespa deve abrir o pregão pós-eleições festejando o resultado das urnas no domingo (2). O placar apertado na disputa entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) deve animar os investidores nesta segunda-feira (3), com a vitória de aliados do atual presidente para os governos estaduais e o Senado fortalecendo a chance de reeleição no segundo turno.
A expressiva força mostrada por Bolsonaro ontem apoia uma agenda mais liberal, com menos intervenções e mais favorável a privatizações. Por isso, os recibos de ações (ADRs) da Petrobras disparam quase 7% no pré-mercado em Nova York, pegando carona também na alta firme dos preços do petróleo no exterior.
Já o iShares MSCI Brazil (EWZ), principal fundo de índice (ETF) brasileiro negociado no exterior, saltava mais de 3%, mais cedo, sinalizando um dia positivo na B3. O movimento reflete principalmente o resultado das eleições no domingo (2), uma vez que os índices futuros das bolsas norte-americanas não exibem uma direção única nesta manhã.
Com isso, o mercado já tem seu candidato no próximo dia 30 e o rali tende a se estender nos próximos dias, à espera dos primeiros números sobre a segunda rodada da disputa eleitoral.
Pesquisas eleitorais em descrédito
Ainda assim, vale lembrar que o mercado doméstico não acreditava nos números das pesquisas eleitorais, que chegaram a indicar distância de 10 pontos entre os dois rivais. Aliás, a diferença inferior a cinco pontos entre Lula e Bolsonaro, segundo o resultado oficial – que seria equivalente a um empate técnico – sacramenta a derrota dos institutos.
Com isso, o cenário para o segundo turno da corrida presidencial está indefinido. E a disputa de “tiro curto” tende a ser bastante acirrada. Afinal, com cerca de 6 milhões de votos a mais para o petista, a dúvida é quem conquistará os outros 8,5 milhões de votos distribuídos entre Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT).
Enquanto o pedetista pediu tempo para definir posição no segundo turno, Tebet afirmou que “já tem lado”. Para ambos os candidatos derrotados, o Brasil passa por uma “situação grave” e é preciso se pronunciar “no momento certo”, evitando omissões. Com isso, o jogo foi prorrogado por mais alguns dias, mas o placar final segue “em aberto”.
Exterior também no radar
Apesar de o resultado das eleições conduzir o ritmo dos ativos locais hoje, os investidores não devem se descuidar do cenário internacional. Aliás, o dólar deve seguir mais vulnerável ao ambiente externo, ainda mais diante da postura agressiva (“hawkish”) dos bancos centrais no combate à inflação.
O foco lá fora está nos dados sobre o mercado de trabalho nos EUA. O grande destaque fica com o relatório oficial de emprego (payroll), na sexta-feira. Os números tendem a calibrar as expectativas para os próximos aumentos na taxa de juros pelo Federal Reserve nas duas últimas reuniões deste ano.
A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h50:
EUA: o futuro do Dow Jones subia 0,32%; o do S&P 500 avançava 0,10%; enquanto o Nasdaq tinha queda de 0,31%;
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 recuava 0,71%; a bolsa de Frankfurt caía 0,67%; a de Paris tinha baixa de 0,98% e a de Londres cedia 0,67%
Câmbio: o DXY tinha alta de 0,17%, a 112.31 pontos; o euro caía 0,20%, a US$ 0,9782; a libra subia 0,21%, a US$ 1,1192; o dólar avança 0,29% ante o iene, a 145,14 ienes.
Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,762%, de 3,829% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,184%, de 4,279% na sessão anterior
Commodities: o futuro do ouro oscilava com +0,01%, a US$ 1.672,20 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI avançava 4,06%, a US$ 82,73 o barril; o do petróleo Brent ganhava 3,89%, a US$ 88,43 o barril.
MONEY TIMES NAS ELEIÇÕES 2022!
Assista à série especial com as propostas para a economia dos candidatos à Presidência da República! Siga o Money Times no Facebook!