Bula do Mercado

Ibovespa hoje: IPCA deve ter nova queda, enquanto exterior relega riscos da inflação

09 set 2022, 8:24 - atualizado em 09 set 2022, 8:28
Ibovespa Mercados
Ibovespa deve receber impulso do renovado apetite por risco no exterior, à espera de nova deflação do índice oficial de preços ao consumidor (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa deve receber impulso do renovado apetite por risco no exterior nesta sexta-feira (9), após encerrar a sessão anterior praticamente estável. Apesar da postura agressiva (“hawkish”) dos bancos centrais dos dois lados do Atlântico Norte contra a inflação, as bolsas internacionais e o petróleo vivem um repique, recuperando-se das perdas recentes. 

O grande perdedor do dia é o dólar. A moeda americana devolve parte dos ganhos acumulados, com as principais rivais (euro, libra e iene) avançando firme. Aliás, com a morte da rainha Elizabeth II, a principal dúvida não é tanto o que acontecerá com a imagem dela nas notas da libra esterlina. Mas sim se a divisa britânica irá testar a paridade frente ao dólar, tal qual aconteceu com o euro.  

De qualquer forma, esse movimento natural de acomodação tende a beneficiar a bolsa brasileira e também o câmbio doméstico. Afinal, a história por aqui é outra.

O IPCA deve apontar uma nova deflação em agosto, mostrando que a missão do BC local para conter a alta dos preços já está praticamente cumprida. O dado será divulgado logo mais, às 9h pelo IBGE.  

Por mais que o presidente Roberto Campos Neto tenha se empenhado em conter o entusiasmo exagerado em relação a cortes na Selic o quanto antes, dificilmente haverá novas altas na taxa básica de juros. Talvez ainda caiba um ajuste residual, de 0,25 ponto percentual (pp) neste mês. Mas é só!

Ao mesmo tempo, ainda que a queda no índice oficial de preços ao consumidor seja estimulada, em grande parte, pelos cortes de impostos sobre os combustíveis, já era esperado um alívio na inflação brasileira. Assim, as medidas adotadas pelo governo serviram de catalisadores, convertendo uma desinflação em uma real deflação.

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Eleição agora faz preço

Por isso, chamaram a atenção dos investidores duas pesquisas eleitorais divulgadas ontem que mostraram uma melhora do presidente Jair Bolsonaro. Enquanto no levantamento Genial/Quaest, o candidato à reeleição subiu e está 10 pontos atrás do principal rival, a pesquisa Modalmais/Futura mostra o ex-presidente Lula atrás na corrida.

Portanto, a eleição entrou de vez no radar do mercado doméstico. Sem grandes preocupações políticas, com ambos os lados na disputa sendo “bem conhecidos”, o vento contrário deve vir apenas da questão fiscalE é por isso que os investidores relegam os riscos externos e concentram-se na contagem regressiva para o primeiro turno. 

Afinal, enquanto as principais economias desenvolvidas ainda lutam contra os preços elevados, aqui, o pior da inflação já passou e são medidas eleitoreiras que podem piorar a situação das contas públicas. Mesmo assim, nenhuma grande desaceleração econômica doméstica é esperada para 2023 – quanto mais uma recessão

A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 8h10:

EUA: o futuro do Dow Jones tinha alta de 0,80%; o do S&P 500 subia 0,90%; e o do Nasdaq avançava 1,14%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 ganhava 1,56%; a bolsa de Frankfurt subia 1,44%; a de Londres avançava 1,66% e a de Paris crescia 1,65%.

Câmbio: o DXY tinha queda de 1,00%, a 108.61 pontos; o euro subia 0,69%, a US$ 1,0068; a libra avançava 0,79%, a US$ 1,1595; o dólar perdia 1,55% ante o iene, a 141,89 ienes.

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,255%, de 3,323% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 3,469%, de 3,522% na sessão anterior

Commodities: o futuro do ouro subia 0,99%, a US$ 1.737,20 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 1,99%, a US$ 88,20 o barril; o do petróleo Brent tinha alta de 2,03%, a US$ 90,96 o barril; o minério de ferro para janeiro avançou 2,88% em Dalian (China), a 714,50 yuans.

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