Ibovespa hoje: Inflação nos EUA calibra apostas para o Fed e guia mercados
O Ibovespa sabe que o dia de hoje é somente sobre o resultado de agosto do índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês). A expectativa de desaceleração da inflação anual, de 8,5% para 8,1%, mantém o movimento positivo dos ativos de risco no exterior, o que tende a manter a dinâmica favorável da bolsa brasileira.
Porém, o jogo pode mudar às 9h30, quando o CPI será divulgado. É provável que os mercados globais equilibrem o entusiasmo de desaceleração da inflação com a alta do núcleo do CPI. O índice que exclui itens voláteis, como alimentos e energia, deve subir de 5,9% para 6,1%, na taxa anual do mês passado.
Combinados, os índices de preços indicam que ainda é muito cedo para comemorar o fim da alta da inflação nos EUA. Portanto, dificilmente os números do CPI devem reverter as expectativas majoritárias de alta de 0,75 ponto percentual (pp) na reunião do Federal Reserve na semana que vem.
No mercado futuro, essa possibilidade segue perto de 90%. Seja como for, o fato de a inflação nos EUA confirmar os primeiros sinais de moderação reforça as apostas de que o Fed não precisará estender tanto o aperto dos juros.
Mais que isso, o ritmo de alta pode diminuir nas últimas duas reuniões deste ano do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), em novembro e em dezembro. Com isso, crescem as chances de um “pouso suave” da economia americana – ao invés de uma temida recessão.
Enquanto aguardam a confirmação desse cenário à frente, os investidores mantêm o apetite por ativos de risco, o que sustenta bolsas e commodities em alta, enquanto o dólar cai. Porém, esse movimento se dá com volume reduzido, com os mercados “subindo no vácuo”, como se diz no jargão.
Cautela lá fora, otimismo aqui
Ou seja, o otimismo lá fora é permeado de cautela, diante da alta alocação dos recursos em caixa e baixa exposição ao risco. Aqui, porém, não há motivos para tanta prudência. Com a bolsa em níveis atrativos e em meio à sinalização de queda da Selic antes cedo do que tarde, o fluxo dos investidores – estrangeiros, principalmente – segue positivo.
Ainda mais com a retomada da atividade econômica e a recuperação do mercado de trabalho. Os dados do setor de serviços em julho (9h) devem confirmar essa dinâmica, em meio ao impulso vindo do reajuste no Auxílio Brasil e ao processo de desinflação. Com isso, o que tende a definir o comportamento dos mercados domésticos é a disputa nas eleições.
E a pesquisa Ipec, divulgada ontem à noite, embaralhou o cenário. Afinal, o presidente Jair Bolsonaro parecia estar na cola do ex-presidente Lula, diminuindo a distância em relação ao rival e aumentando a possibilidade de um segundo turno. Porém, o antigo Ibope mostrou um avanço de dois pontos do petista, enquanto o candidato à reeleição ficou estagnado.
Mais que isso, a pesquisa Ipec mostrou chances de vitória de Lula no primeiro turno, com 51% dos votos válidos (de 50% antes). Nesse quesito, a distância à frente de Bolsonaro está em 15 pontos porcentuais. Portanto, segue o jogo!
A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h25:
EUA: o futuro do Dow Jones subia 0,39%; o do S&P 500 avançava 0,40%; e o do Nasdaq ganhava 0,36%;
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha alta de 0,15%; a bolsa de Frankfurt subia 0,32%; a de Londres avançava 0,17% e a de Paris crescia 0,37%;
Câmbio: o DXY tinha queda de 0,41%, a 107.89 pontos; o euro avançava 0,40%, a US$ 1,0162; a libra tinha alta de 0,21%, a US$ 1,1707; o dólar caía 0,45% ante o iene, a 142,19 ienes.
Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,318%, de 3,358% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 3,536%, de 3,628% na sessão anterior
Commodities: o futuro do ouro tinha leve baixa de 0,13%, a US$ 1.738,20 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 0,93%, a US$ 86,60 o barril; o do petróleo Brent ganhava 0,91%, a US$ 94,86 o barril; o minério de ferro para janeiro subiu 1,54% em Dalian (China), a 725,50 yuans.
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