Bula do Mercado

Ibovespa hoje: Fim de mês testa fôlego, mas mercados respiram aliviados

30 nov 2022, 7:52 - atualizado em 30 nov 2022, 7:52
Ibovespa
Ajustes de fim de mês testam fôlego do Ibovespa, que tenta repetir ganhos da véspera, em meio aos ventos vindos de Brasília e do exterior (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa pode repetir hoje o movimento de ontem, quando disparou 2% em meio a um combo formado por China, PEC da Transição e novo governo. Porém, a última sessão de novembro deve ser marcada por ajustes típicos de fim de mês, aguçando a volatilidade no pregão. Ainda mais diante de uma agenda econômica carregada lá fora.

O destaque do dia fica com o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, à tarde (15h30). Apesar da aposta majoritária (70%) de redução no ritmo de alta da taxa de juros dos Estados Unidos em dezembro, para 0,50 ponto percentual (pp), o tom ainda duro (“hawkish”) na fala de membros do Fed abala a expectativa por um aperto menos agressivo.   

A sensação é de que os juros nos EUA continuarão subindo por algum tempo, ainda que a doses mais moderadas. Isso porque a inflação continua incomodando e o ciclo de aperto monetário só deve parar quando os riscos de recessão estiverem latentes. Aliás, essa é a palavra que deve movimentar os mercados globais em 2023 e mexer com o seu bolso.  

E isso é válido até mesmo para Wall Street. Por ora, os índices futuros das bolsas de Nova York exibem um viés positivo, alinhado aos ganhos do petróleo e aos ventos vindos da Ásia, onde Hong Kong disparou mais de 2%. Porém, dados de emprego (relatórios ADP e Jolts) e sobre o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA testam a direção do dia. 

Ibovespa respira aliviado

Por aqui, os investidores respiraram aliviados com o sinal de que a proposta enviada pela equipe de transição para contemplar promessas de campanha do governo eleito não deve sair do Congresso como chegou. O mercado doméstico trabalha com um extrateto de R$ 150 bilhões, valor que não representa expansão fiscal, e prazo máximo de dois anos.  

Além disso, rumores de que o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin deve assumir algum cargo na equipe econômica facilitam a digestão de Fernando Haddad em um ministério da área. Enquanto o ex-prefeito de São Paulo assumiria o Planejamento, que seria recriado com a divisão da Pasta da Economia, o ex-governador paulista ficaria com a Fazenda.

Correm por fora nomes como o de Josué Gomes – atual presidente da Fiesp e filho do ex-vice de Lula em mandatos anteriores, José Alencar – e de Luiz Carlos Trabuco, presidente do conselho do Bradesco. Há também os tradicionais cotados, como os pais do Plano Real André Lara Resende e Pérsio Arida.  

Seja como for, os ministros só devem ser anunciados após a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, marcada para o dia 12. Antes disso, Lula articula importantes acordos políticos para formar uma base aliada e garantir a governabilidade a partir de 2023, mas sem deixar de citar a “herança maldita” herdada do governo Bolsonaro.

A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h45:

EUA: o futuro do Dow Jones tinha leve alta de 0,13%; o do S&P 500 avançava 0,25%; enquanto o Nasdaq subia 0,41%;

NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) subia 0,69%, a 30.80 pontos no pré-mercado; nos ADRs, Vale tinha alta de 1,43%, enquanto o da Petrobras subia 0,90%; 

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha alta de 0,60%; a bolsa de Frankfurt ganhava 0,62%; a de Paris avançava 0,42% e a de Londres subia 0,51%;

Câmbio: o índice DXY tinha queda de 0,31%, a 106.49 pontos; o euro subia 0,32%, a US$ 1,0364; a libra subia 0,47%, a US$ 1,2007; o dólar tinha alta de 0,19% ante o iene, a 138,98 ienes;

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,733%, de 3,749% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,475%, de 4,471%, na mesma comparação;

Commodities: o futuro do ouro subia 0,71%, a US$ 1.760,90 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 2,17%, a US$ 79,90 o barril; o do petróleo Brent avançava 2,02%, a US$ 85,95 o barril; o contrato futuro mais líquido do minério de ferro negociado em Dalian (China) fechou em queda de 0,58%, a 767 yuans a tonelada métrica.

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