Ibovespa (IBOV) tropeça nesta quinta (24), seguindo exterior; ainda dá para ficar otimista?
O Ibovespa (IBOV) recuou nesta quinta-feira (24), quebrando a sequência de forte alta dos últimos dois pregões. O índice, que é referência para a Bolsa brasileira, recuou 0,94% hoje, a 117.025,60 pontos.
Além da baixa em Wall Street, o mercado local foi penalizado pela fraqueza das ações da Vale (VALE3), que perderam 1,33%, seguindo o movimento de correção do minério de ferro na Ásia.
Bancos colocaram mais pressão sobre o Ibovespa, com destaque para a queda de 2,40% do Bradesco (BBDC4).
Petrobras (PETR4) também não animou, tendo encerrado a sessão em queda de 0,16%. Após atualizações de BTG e Bank of America (BofA), o UBS BB elevou a recomendação das ações para compra, com preço-alvo de R$ 42.
De acordo com Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, boa parte da queda do Ibovespa pode ser explicada por uma correção técnica.
“O Ibovespa subiu mais de 3% em apenas dois dias, recuperando toda a queda que teve nos últimos 5-6 dias”, destaca.
Fernandes diz que a correção é um movimento de realização de lucros em meio à expectativa com o Simpósio de Jackson Hole nesta sexta, com participação de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed).
Os mercados estão atentos a potenciais pistas que Powell pode fornecer em seu discurso a respeito da trajetória dos juros norte-americanos.
Segundo Fernandes, o mercado segue repercutindo a aprovação do novo arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados. A Casa aprovou nesta semana o texto principal da regra fiscal que substituirá o teto de gastos, que descarta a mudança inserida pelo Senado que alterava o período do cálculo da inflação.
Bolsa brasileira está atrativa
Matheus Spiess, da Empiricus Research, levanta que, historicamente, o primeiro mês após a flexibilização da política monetária é de queda. No entanto, na sequência, depois de 12 meses, o ganho é verificado.
Na avaliação do analista, o mercado precificou um pedaço do afrouxamento dos juros brasileiros. Ele lembra que o mercado costuma subestimar o processo de flexibilização.
“Quando [o ciclo de flexibilização é] bem feito, é sempre mais profundo”, diz.
Outro ponto levantado por analistas é que, apesar da sequência estendida de quedas, a baixa acumulada desde a máxima é “pequena”.
“Nos últimos anos, tivemos vários momentos de quedas maiores como pode ser visto na figura abaixo. Em momentos de ‘mercado de alta’, como entre 2004 e 2007 ou entre 2016 e 2019, as correções costumam ser menores. Em momentos de “mercado de baixa”, como entre 2011 e 2015, as correções costumam ser maiores e mais frequentes”, destaca a Guide Investimentos, em relatório divulgado nesta quarta (23).
O analista da Empiricus participou do Giro do Mercado e deu suas perspectivas sobre o mercado local após a aprovação do arcabouço fiscal no Congresso. Confira: