Ibovespa acumula queda de 3% na semana após fechar 6° dia consecutivo em baixa
O Ibovespa fechou o sexto dia consecutivo no vermelho nesta sexta (24), com o mau humor do mercado após as falas do presidente do Banco Central, Campos Neto, durante a tarde. Para piorar, Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3;PETR4) fecharam em queda, pesando ainda mais o IBOV.
O índice fechou em baixa de 0,34%, a 124.305,57 pontos, acumulando uma queda de 3,00% durante a semana. O Ibovespa fechou em contramão ao fluxo positivo de Wall Street.
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Nas altas do dia, Azul (AZUL4) subiu 5,18%, refletindo a parceria com a Gol (GOLL4), que também fecha em alta de 11,90%. As companhias aéreas anunciaram, nesta quinta (23), um acordo para compartilhar voos domésticos.
De acordo com as empresas, a parceria de “codeshare” contempla rotas domésticas exclusivas, operadas por só uma das duas empresas.
Além disso, liderando as altas, Energisa (ENGI11) fechou com +3,38%. Minerva (BEEF3) também se destaca com uma alta de 2,18%.
Na ponta negativa, Magazine Luiza (MGLU3) derreteu 5,63% com a taxa de juros futuros em alta, após falas de Campos Neto sobre inflação.
Nesta tarde, o presidente do BC afirmou que as expectativas de inflação têm sido uma má notícia. Além disso, Neto alertou que a inflação pode aumentar em função da alta de preços dos alimentos, causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul e por outros fatores.
Ainda nas quedas, Petz (PETZ3) e Prio (PRIO3) tem baixas respectivas de 3,28% e 2,29%.
Falas de Campos Neto que pesaram o Ibovespa
Durante esta tarde, Campos Neto participou da abertura do X Seminário Anual de Política Monetária, do Centro de Estudos Monetários (CEM) do Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE). Segundo ele, foi muito fácil coordenar a relação entre fiscal e monetário para a entrada da pandemia, mas que a saída está sendo mais difícil.
“Conforme esse tema da dívida global começar a fiscal mais claro para os governo, a gente já vê, por exemplo, países da América Latina com planos de ter [resultados] primários melhores, para ter choques positivos nessa dimensão fiscal”, afirma.
Campos Neto aproveitou para destacar que as enchentes no Rio Grande do Sul devem impactar no preço dos alimentos ao longo de 2025 — sendo que as projeções de inflação estão subindo –, mas que as expectativas da atividade econômica ainda não consideram os efeitos das tragédias no Estado.
*Com Juliana Américo