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Tombo de VALE3 e PETR4, Copom e mais: Os motivos da forte queda do Ibovespa (IBOV) nesta quinta

02 fev 2023, 18:09 - atualizado em 02 fev 2023, 18:27
Ibovespa
Ibovespa sofre pressão com Vale e Petrobras nesta quinta-feira (2) (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) caiu mais nesta quinta-feira (2) carregada de volatilidade para os mercados, após o anúncio das decisões dos bancos centrais nos Estados Unidos e no Brasil.

Dando continuidade à forte queda do fechamento anterior, o índice derrapou 1,72% hoje, a 110.140,64 pontos.

Investidores repercutiram a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BCB) de manter a Selic, taxa básica de juros, do Brasil, em 13,75%. O que estremeceu o mercado, no entanto, foi o documento divulgado pela autoridade monetária, que ressaltou a incerteza fiscal e a deterioração das expectativas de inflação do mercado.

A leitura em relação ao comunicado é de que o Copom deve manter a Selic em patamares elevados por um período mais longo que o esperado.

Apesar disso, o Departamento de Economia do Bradesco, chefiado por Fernando Honorato, avaliou o documento como compatível ao cenário de Selic esperado para 2023, no atual patamar pela maior parte do ano e com redução gradual a 12,25% até o fim de 2023, incorporando um contexto de desaceleração da atividade econômica e da inflação.

O departamento do Bradesco ressaltou, no entanto, que a consolidação desse cenário dependerá de debates estruturais em curso, “principalmente das sinalizações sobre o novo arcabouço fiscal e a sobre a meta de inflação”.

Commodities pressionam

As commodities, em especial mineradoras e siderúrgicas, explicam parte da queda do Ibovespa nesta quinta. Os papéis da Vale (VALE3) desabaram 4,62%, embora CSN Mineração (CMIN3) tenha recuado mais (-7,12%). O mercado reagiu à baixa do minério de ferro na China. O ingrediente siderúrgico atingiu mínima de duas semanas, com os traders reavaliando o cenário de demanda chinesa.

Em óleo e gás, a Petrobras (PETR4) perdeu 4,63%, seguindo a cotação do petróleo nos mercados internacionais. Além disso, a companhia informou na véspera que um órgão do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) negou provimento a recursos interpostos pela estatal e decidiu que seriam devidos IRPJ e CSLL de R$ 5,7 bilhões relativos aos lucros de sua controlada no exterior referentes aos exercícios de 2011 e 2012.

O setor bancário evitou uma queda maior do Ibovespa. As ações do Santander Brasil (SANB11), mesmo com o tombo de mais de 50% no lucro do quarto trimestre de 2022, fecharam em leve alta de 0,18% nesta quinta. Os resultados da companhia vieram fracos, como analistas já projetavam.

Entre os destaques positivos, papéis de varejo, como Magazine Luiza (MGLU3), e as aéreas Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) apresentaram boa performance.

Apolo Duarte, sócio e head da mesa de renda variável da AVG Capital, explica que a valorização das empresas do setor de aviação está ligada à queda do dólar.

“Empresas que tem dívidas em dólar e custos também atrelados ao dólar se beneficiam dessa queda no dia”, afirma.

No caso do varejo, não é comum que as ações do setor subam em dia de alta da curva de juros. Na avaliação de Duarte, o desempenho positivo hoje reflete a perspectiva de manutenção da Selic no patamar atual.

“Muitos players estavam pessimistas antes da reunião do Copom e, apesar do comunicado ter sido duro, não trouxe perspectiva de aumento de juros. Ou seja, o ‘menos pior’ aconteceu”, comenta o especialista.

Com informações da Reuters.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
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