Mercados

Ibovespa (IBOV) rompe sequência de ganhos com NY e ata da Copom; dólar sobe a R$ 5,45

25 jun 2024, 17:08 - atualizado em 25 jun 2024, 17:35

(Imagem: Pixabay)

O dia prometia ser agitado antes mesmo da abertura dos mercados com a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) — e, de fato, foi. 

O Ibovespa (IBOV) rompeu o ciclo de cinco altas consecutivas e voltou ao tom negativo. O principal índice da bolsa brasileira encerrou as negociações com baixa de 0,25%, aos 122.331,29 pontos

Apesar da baixa, o índice ainda avança no acumulado de junho. 

O dólar à vista (USDBRL) também mudou a direção. Depois de duas sessões em queda ante o real, a moeda norte-americana voltou ao patamar acima de R$ 5,40 — acompanhando o movimento da moeda no exterior. O dólar fechou a R$ 5,4544, com alta de 1,19% no mercado à vista. 

Por aqui, além do documento detalhado sobre a decisão de manter a Selic a 10,50% ao ano, com a indicação de uma ‘interrupção’ no ciclo de afrouxamento monetário, o mercado repercutiu declarações do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo

Entre os destaques, ele afirmou que a palavra “interrupção” do ciclo de cortes de juros citada na ata do Copom não é qualquer sinalização ou indicação futura sobre a atuação do BC nos próximos meses. 

O diretor ainda disse que “é prematuro falar sobre qualquer coisa diferente do que está apresentado na ata sobre o cenário prospectivo”.

Mas o que pesou sobre o Ibovespa foi a perspectiva de que os juros nos Estados Unidos devem permanecer elevados por mais tempo. 

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Altas e quedas do Ibovespa

Com o foco no cenário macroeconômico, as notícias corporativas ficaram em segundo plano. 

Na ponta positiva do Ibovespa, Weg (WEGE3) liderou os ganhos e encerrou as negociações com alta de 1,71%, a R$ 41,57.  Os frigoríficos continuaram o ritmo de ganhos iniciado na semana passada, com JBS (JBSS3) sendo a maior alta do setor com avanço de 1,58%, a R$ 31,49.

Alpargatas (ALPA4) ficou entre as maiores altas do índice após o Citi elevar o preço-alvo das ações de R$ 9,70 para R$ 10,50, o que representa uma valorização de 14% em relação ao fechamento da véspera. A recomendação neutra foi mantida. 

Na ponta negativa, o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) e a locadora Vamos (VAMO3) lideraram as perdas, com a abertura da curva de juros brasileira. 

Em destaque, Vale (VALE3) recuou 0,41%, a R$ 60,65, mesmo com a estabilidade da cotação do minério de ferro em Dalian, na China. A commodity terminou as negociações a US$ 110,33 a tonelada. 

A mineradora informou a emissão de bonds (títulos de dívida) com vencimentos em 2054 por meio da subsidiária integral Vale Overseas Limited, garantidos pela Vale. A companhia captou US$ 1 bilhão. 

Petrobras (PETR4) foi pressionada pela baixa de 1% do petróleo Brent e terminou o dia com leve baixa de 0,08%, a R$ 37,03.

Exterior 

Em Wall Street, declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed) renovaram as preocupações sobre a trajetória dos juros. 

A diretora do Fed, Michelle Bowman, disse que manter a taxa de juros elevada “por algum tempo” provavelmente será suficiente para deixar a inflação sob controle. 

Ela ainda afirmou que, “olhando para o futuro, vou observar atentamente os dados que estão chegando, enquanto avalio se a política monetária nos EUA é suficientemente restritiva para reduzir a inflação para nossa meta de 2% ao longo do tempo”. 

Vale lembrar que no início de junho, o Fed manteve os juros no intervalo de 5,25% a 5,50% ao ano pela sétima vez consecutiva. Esse é o maior patamar em 23 anos. O BC norte-americano prevê apenas um corte nos juros, de 0,25 ponto percentual, até o fim do ano. 

Por outro lado, as ações de tecnologia encerraram o ciclo de realizações e voltaram a subir. Nvidia (NDVA) avançou quase 7% ao longo do dia. 

Confira o fechamento dos índices de Nova York: 

  • S&P 500: +0,39%, aos 5.469,30 pontos; 
  • Dow Jones: -0,76%, aos 39.112,16 pontos; 
  • Nasdaq: +1,26%, aos 17.717,65 pontos.