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Ibovespa (IBOV) perde os 127 mil pontos com plano industrial de R$ 300 bi no radar; análise aponta risco de novas quedas

22 jan 2024, 18:14 - atualizado em 22 jan 2024, 18:32
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Ibovespa cai forte com peso do cenário local (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) perdeu nesta segunda-feira (22) o patamar dos 127 mil pontos, tendo no radar o lançamento do plano industrial de R$ 300 bilhões pelo governo federal.

Referência na bolsa brasileira, o Ibovespa fechou o pregão em queda de 0,81%, a 126.601,55 pontos. O índice, que se destoou de Wall Street, também foi pressionado pela nova baixa de Vale (VALE3) e com a queda em bloco dos bancos.

Hoje, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva apresentou o plano de desenvolvimento para a indústria nacional nos próximos anos, com previsão de R$ 300 bilhões em linhas de crédito, subsídios a empresas e exigência de conteúdo local. A ideia, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), é “reverter a desindustrialização precoce do país”.

A proposta defende a priorização de instrumentos financeiros sustentáveis e crédito para inovação, infraestrutura e exportações, além de subsídios, como os incentivos fiscais.

O programa terá seis eixos, com foco em cadeias agroindustriais, saúde, bem-estar nas cidades, transformação digital, defesa e bioeconomia.

O MDIC possui R$ 300 bilhões destinados a financiamentos para a nova política industrial até 2026. Do montante total, R$ 106 bilhões já foram anunciados no ano passado.

Participaram do lançamento Aloizio Mercadante, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e Lula. Ambos defenderam a importância de o Brasil financiar sua exportação para se tornar competitivo.

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Ibovespa também é pressionado por dólar e juros

Contribuíram para a baixa do Ibovespa a forte alta do dólar no dia e o avanço da curva de juros, em meio à repercussão do plano industrial bilionário.

O dólar subiu mais de 1% frente ao real nesta segunda, a R$ 4,9878 na venda. Já as taxas dos DIs tiveram movimento reverso aos rendimentos dos Treasuries.

Para esta semana, os investidores têm no radar a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), cujas autoridades já sinalizaram uma postura mais cautelosa quanto à possibilidade de flexibilização nas economias europeias, além do Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) no Brasil. Dados importantes da economia americana também devem ditar o humor dos mercados.

Vale e bancos puxam Ibovespa para baixo

As ações da Vale voltaram a pesar para o Ibovespa. A mineradora encerrou a sessão em queda de 0,44%, dando continuidade à sequência de queda da última semana. Em 2024, a companhia teve apenas um fechamento de alta até agora.

Os bancos também apresentaram perdas hoje, com destaque para Itaú (ITUB4), que recuou 1,64%.

Um dos destaques de baixa, a Lojas Renner (LREN3) perdeu 5,44%, após o Citi cortar a recomendação da ação para neutra.

Do lado das altas, a BRF (BRFS3) avançou 4,92%. Segundo Luis Novaes, analista na Terra Investimentos, o movimento para o frigorífico parece estar atrelado com a perspectiva favorável para os custos dos insumos, diante das cotações menores para os grãos.

Segundo análise técnica do BB Investimentos, o aumento do volume de negociação nos últimos dias confirmou tendência de baixa para o Ibovespa no curtíssimo prazo. Dessa forma, o índice pode testar o próximo suporte relevante, em 125.600 pontos.

Abaixo disso, o gráfico aponta para suportes mais pronunciados, próximos aos 120.000 pontos, diz a instituição.

*Com informações da Reuters.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.