Ibovespa (IBOV) cai mais de 1% por temor com inflação e juros e risco fiscal local
Seguindo a baixa dos mercados na Europa e nos Estados Unidos, o Ibovespa (IBOV) teve um dia de negociação negativo nesta quarta-feira (8).
O principal índice da Bolsa brasileira cravou uma queda de 1,55%, de volta ao patamar de 108 mil pontos.
Vale (VALE3), uma das ações de maior peso do Ibovespa, registrou perdas de mais de 3% na sessão, reflexo da queda do minério de ferro na China.
Também pesou para o índice o aumento das preocupações por parte dos investidores com a inflação global e a postura que os bancos centrais devem adotar para conter o avanço dos preços pelo mundo.
No ambiente doméstico, o mercado continuou repercutindo a proposta do governo de redução da carga tributária sobre os combustíveis.
Notícias que movimentaram o Ibovespa hoje
Queda do minério de ferro
O minério de ferro mais negociado na Dalian Commodity Exchange da China, com entrega em setembro, caiu 0,5%, a 926,50 iuanes a tonelada, nesta quarta devido ao temor dos mercados em relação às siderúrgicas chinesas.
Na Bolsa de Cingapura, o contrato do minério de fero mais ativo de julho caiu 0,2%, para 144,30 dólares a tonelada.
O tom de cautela veio com a redução da lucratividade nas siderúrgicas chinesas após a alta nos preços dos ingredientes siderúrgicos.
A alta nos preços do minério de ferro e de outros insumos se traduz em lucros reduzidos para as siderúrgicas, que ainda não viram uma recuperação significativa da demanda por aço.
Inflação e juros
Preocupações com a inflação global estão ditando o humor dos mercados nesta semana. Com a proximidade das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BCB) e do Federal Reserve (Fed), crescem os temores com a postura das autoridades monetárias para tentar conter a pressão inflacionária.
Na sexta (10), os EUA divulgam os dados de inflação, que atingiu seu maior nível em mais de 40 anos, o que apoia a perspectiva de alguns especialistas sobre um ciclo de aperto ainda mais duro por parte do Fed.
André Meirelles, diretor de alocação e distribuição da InvestSmart XP, destaca que, além de fazer parte de uma tendência global, a inflação dos EUA “engloba fatores únicos, como a disparidade entre oferta e demanda por trabalho, o que pode pressionar o Fed a elevar os juros acima do patamar neutro”.
“O aumento dos juros acima do esperado tende a pressionar o lucro das empresas e levar a precificação para baixo do preço dos ativos de renda variável, o que impacta negativamente as bolsas”, explica o especialista.
Amanhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará a inflação do Brasil referente ao mês de maio.
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