Ibovespa (IBOV) derrapa mais de 2% após corte de juros no Brasil; o que aconteceu?
O dia seguinte à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central não foi bom para o Ibovespa. O índice de referência da Bolsa brasileira derreteu 2,15% nesta quinta-feira (21), a 116.145,05 pontos.
A baixa de Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) jogou pressão sobre o Ibovespa na sessão. Ações de empresas cíclicas domésticas também ajudaram com a queda, com Magazine Luiza (MGLU3) derretendo 6,75%.
O exterior também não ajudou, com os índices em Wall Street encerrando mais um pregão de baixa após comentários do Federal Reserve sobre os juros dos Estados Unidos.
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O banco central americano optou pela pausa do ciclo de aperto monetário no país, na faixa de 5,25-5,50%. Porém, um comunicado mais duro e falas do presidente do Fed, Jerome Powell, levou os principais índices acionários em Wall Street a fechar em queda.
Mesmo com o corte, o Brasil precisa lembrar que “o mundo todo está em processo recessivo. Apesar de ser no Brasil, existe toda uma conjuntura mundial que tem provocado tensão”, comenta Rodney Ribeiro, economista e assessor de investimentos na WIT Invest.
Gabriel Mollo, analista de investimentos do Banco Daycoval, espera uma pequena queda para a Bolsa no curto prazo, batendo na tecla de que o Fed deixou em aberto a possibilidade de mais um aumento neste ano e a manutenção das taxas elevadas por mais tempo.
Segundo o Departamento do Trabalho, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos EUA mostraram hoje queda de 20 mil, atingindo um total de 201 mil em dado com ajuste sazonal, na semana encerrada em 16 de setembro. A previsão dos economistas era de 225 mil pedidos.
No Brasil, o Copom optou por uma nova queda de 50 ponto percentual, em linha com o esperado. A questão maior ficou para o comunicado, que dividiu opiniões.
Enquanto uns consideraram a postura da autoridade monetária mais “pé no chão”, outros acreditam que a falta de sinalizações quanto a um corte mais agressivo nas reuniões seguintes, de 0,75 ponto percentual, colocou um tom mais duro nas falas do Copom.
Especialistas concordam, no entanto, que o peso do exterior deve direcionar o caminho do Ibovespa daqui em diante.