Mercados

Ibovespa (IBOV) fecha em queda de quase 1,8% após dados de inflação; MRV (MRVE3) derrete 12%

11 mar 2022, 18:03 - atualizado em 11 mar 2022, 19:29
B3, Ibovespa, Mercados, Ações
O Ibovespa se movimentou nesta sexta-feira (11) seguindo os dados da inflação ao consumidor referentes a fevereiro (Imagem: Money Times/Diana Cheng)

O Ibovespa (IBOV) encerrou esta sexta-feira (11) em queda expressiva, seguindo a trajetória negativa dos mercados norte-americanos, que acompanham os desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia, e a divulgação dos dados de inflação ao consumidor no Brasil.

O índice teve baixa de 1,72%, a 111.713,07 pontos.

O Ibovespa futuro apresentou queda de 1,78%, marcando 112.502 pontos.

Na semana, o Ibovespa caiu 2,4%, marcando seu pior desempenho para o período desde meados de novembro.

O mercado de ações brasileiro se movimentou seguindo os números mais recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O indicador que mede a inflação ao consumidor brasileiro acelerou o crescimento para 1,01% em fevereiro, ante alta de 0,54% no mês anterior. Esse é o maior nível para fevereiro em sete anos.

O resultado veio acima das projeções. A expectativa era de uma alta de 0,95%, de acordo com uma pesquisa da Reuters.

Nos últimos 12 meses até fevereiro, o IPCA registra uma elevação de 10,54%, ante 10,38% em janeiro e expectativa de 10,5% pelo mercado.

A pressão vem principalmente por parte dos combustíveis, que acumulam um crescimento de mais de 33% em 12 meses. Nem mesmo o recuo em fevereiro conseguiu frear a escalada dos preços.

Em fevereiro, especificamente, a inflação foi puxada pelas altas de 5,61% nos custos de Educação e de 1,28% de Alimentação e Bebidas. Juntos, os dois grupos representaram cerca de 57% do IPCA do mês.

Investidores preparam-se para decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. Por aqui, a expectativa é de alta de 1 ponto percentual da Selic pelo Banco Central, mostrou uma pesquisa da Reuters, enquanto nos EUA a alta deve ser de 0,25 ponto percentual.

Destaques

MRV ON (MRVE3) afundou 11,9%, maior queda desde março de 2020, enquanto EZTEC ON (EZTC3) perdeu 6,4% e CYRELA ON (CYRE3) cedeu 4,2%. O movimento veio após o balanço de Tenda, o que levantou expectativas negativas para outras empresas da construção civil. A Tenda teve prejuízo líquido de 269 milhões de reais no quarto trimestre, frustrando analistas. TENDA ON (TEND3) despencou 25,1%. Além disso, o cenário de alta de juros após a alta do IPCA corrobora visões de cenário mais adverso para financiamento imobiliário no país.

PETROBRAS PN (PETR4) caiu 3,6%. A ação ON cedeu 2,4%, mesmo com alta de 3,1% do petróleo Brent. PETRORIO (PRIO3) recuou 3,5% e 3R PETROLEUM ON (RRRP3) cedeu 2,4%.

TELEFÔNICA BRASIL ON (VIVT3) subiu 1,2%, enquanto TIM ON (TIMS3) avançou 1%. Na quarta-feira, o Cade manteve decisão que liberou a venda dos ativos de telefonia móvel da Oi para as rivais TIM, Telefônica Brasil e Claro.

VALE ON (VALE3) caiu 0,5%, apesar da alta do minério de ferro na China. Contratos do níquel, que ainda tem negociações interrompidas na bolsa de Londres, recuaram em Xangai até o limite de negociação, após suspensão dos negócios na véspera. Siderúrgicas tiveram desempenhos mistos.

AMERICANAS ON (AMER3) perdeu 6,8%, MAGAZINE LUIZA ON (MGLU3) apontou queda de 4,5% e VIA ON (VIIA3) cedeu 1,8%, com o dado de inflação piorando estimativas para o varejo.

KLABIN UNIT (KLBN11) subiu 0,9% e SUZANO ON (SUZB3) teve alta de 0,4%.

NUBANK (NU) perdeu 7,2%, STONECO (STNE) caiu 6,1% e PAGSEGURO (PAGS) recuou 2,6% em Nova York, com o mercado repercutindo a divulgação de novas medidas do BC que amplia exigências para funcionamento de fintechs maiores.

Com Reuters