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Inflação, receio com BC, tombo de AZUL4: Os fatores que estressaram o Ibovespa (IBOV) nesta quinta

09 fev 2023, 18:15 - atualizado em 09 fev 2023, 18:31
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Ibovespa tem dia de estresse com inflação em foco (Imagem: Patricia Monteiro/Bloomberg)

O Ibovespa (IBOV) caiu forte nesta quinta-feira (9) marcada pela divulgação dos dados de inflação referentes a janeiro.

O índice despencou 1,77%, a 108.008,05 pontos, embora os números do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tenham vindo melhor que o esperado.

O indicador registrou em janeiro alta de 0,53%, abaixo das projeções de +0,57%. Em relação a dezembro, a variação representa uma desaceleração em relação ao avanço de 0,62%.

Apesar dos dados positivos, economistas entendem que ainda é cedo para comemorar. Apesar da melhora nos números, os núcleos se mostraram relativamente acima do esperado.

Já o índice de difusão, que mostra o percentual de itens com que aumentaram de preços no mês, recuou de 68,9% para 63,1% em janeiro. Apesar da melhora, ainda está em níveis elevados.

Porém, o que abalou o Ibovespa nesta quinta foi a possibilidade de uma revisão das metas de inflação pelo Banco Central. O presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, teria dito a integrantes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva que pode alterar a meta da inflação de 3,25% para 3,5%, segundo informações do jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles.

Rafael Passos, sócio-analista da Ajax Asset, explica que a antecipação da mudança da meta no Comitê de Política Monetária (Copom), que acontece no próximo dia 16 de fevereiro, estressa a curva de juros, faz o dólar subir e, consequentemente, afeta mais as empresas domésticas.

Relação Lula-BC

O mercado ainda acompanha a relação tortuosa entre Lula e BC. O presidente da República fez críticas à condução dos juros do país por parte da autoridade monetária. O petista também mostrou descontentamento com Campos Neto.

Com a repercussão das falas de Lula, Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, enfatizou que não existe qualquer intenção do governo para mudar a lei que dá autonomia ao BC. Padilha também negou que haja pressão sobre qualquer mandato da autoridade monetária.

Segundo Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos, esse clima deve esquentar a cada reunião do Copom, afetando a Bolsa ao criar ruído e incerteza.

“Tudo isso afeta o mercado local com muito ruído, insegurança, e falta de previsibilidade, o que promete adicionar muita volatilidade à Bolsa brasileira nos próximos meses”, avalia.

Altas e baixas

O setor de mineração e siderurgia viveu um dia sob pressão, apesar da recuperação nos preços do minério de ferro na China. Vale (VALE3) caiu 0,37%, enquanto o destaque negativo ficou para Gerdau (GGBR4), que tombou 7,93% após JPMorgan e Goldman Sachs cortarem a recomendação para “neutro”.

Os bancos caíram em bloco nesta quinta, após a forte valorização do pregão anterior.

Em movimento de penalização sobre empresas ligadas à economia doméstica, Azul (AZUL4) e Grupo Soma (SOMA3) tombaram na sessão. A Gol (GOLL4) recuou 5,54%.

As ações da Petrobras (PETR4) fecharam em queda de 0,46%, mesmo após divulgar dados de produção e vendas positivos no quarto trimestre de 2022. Os papéis da estatal seguiram a queda do petróleo nos mercados internacionais.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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