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Ibovespa (IBOV): O risco do exterior que fez índice voltar aos 105 mil pontos nesta sexta

24 fev 2023, 18:15 - atualizado em 24 fev 2023, 18:33
Ibovespa, ações, Marfrig
Ibovespa é pressionado com mercados globais sob temor de juros elevados (Imagem: Patricia Monteiro/Bloomberg)

O Ibovespa (IBOV) desabou nesta sexta-feira (24), sob peso do exterior após dados da inflação norte-americana contaminar os mercados globais.

O índice de referência da Bolsa brasileira encerrou o dia em queda de 1,67%, a 105.798,43 pontos. Em semana encurtada pelo feriado de Carnaval, o Ibovespa acumulou perdas de 3,09%.

Dados do Departamento de Comércio dos Estados Unidos mostraram que os gastos do consumidor no país tiveram forte recuperação em janeiro, avançando 1,8% no mês.

Os números vieram acima das expectativas de economistas consultados pela Reuters, que esperavam uma alta de 1,3%.

Ainda, os dados de dezembro foram revisados para cima, a 0,1%, e não 0,2%, conforme relatado anteriormente.

A aceleração do consumo nos EUA reforça a leitura de que a economia norte-americana continua aquecida. Investidores ao redor do mundo estão temerosos de que os números fortes do quadro econômico do país leve o Federal Reserve (Fed) a adotar uma postura mais agressiva sobre os juros daqui para frente.

Susan Collins, presidente do Fed de Boston, afirmou que mais altas nos juros dos EUA são necessárias para conter os níveis elevados de inflação.

No Brasil, o mercado digeriu também a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), que ficou em 0,76% em fevereiro, após alta de 0,55% em janeiro. O resultado veio acima do esperado. A mediana das projeções de mercado avaliavam alta de 0,72%.

No acumulado em 12 meses, o IPCA-15 ficou em 5,63% em fevereiro, ante 5,87% no número registrado até janeiro. No acumulado de 2023, o IPCA-15 está em 1,31%.

Os dados do IPCA-15 jogaram pressão sobre a curva de juros, com o mercado avaliando que a taxa de juros no Brasil ainda deve permanecer alta por um tempo. Segundo André Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, apesar de ser apenas uma prévia do dado oficial do IPCA, o indicador já deixa um sinal amarelo de que os próximos números oficiais de inflação devem vir forte também.

Gringo saindo da Bolsa

Com o cenário de juros mais altos nos EUA, os investidores estrangeiros estão saindo do Brasil, avalia o estrategista da Ajax Asset, Rafael Passos.

“E quando o gringo sai, ele sai com os papéis mais líquidos da bolsa, como setor financeiro e de commodities“, acrescenta.

Dados atualizados até a sexta-feira passada (17) mostram que o ritmo de retirada de capital externo da B3 foi bem mais intenso. Os gringos sacaram mais de R$ 3,5 bilhões apenas em ações dois dias, às vésperas do Carnaval.

Esta sexta foi de poucas altas. As aéreas se destacaram, com Azul (AZUL4) subindo 4,96%. Fernandes, da A7 Capital, acredita que foi apenas um movimento técnico, considerando a onda vendedora que os papéis estão sofrendo.

“As posições de investidores short (investidores que apostam na queda das ações) no papel se encontram em patamares elevados, e isso deve ter provocado uma cobertura das posições de venda (quando o investidor short começa a zerar sua posição vendida, então ele compra as ações para encerrar a operação)”, diz.

Magazine Luiza (MGLU3) também subiu após o Citi elevar a recomendação da varejista para “compra”.

As ações da CSN (CSNA3) e de sua controlada CSN Mineração (CMIN3) recuaram 5,22% e 5,52%, respectivamente, seguindo a desvalorização do minério de ferro na China. A Vale (VALE3) perdeu 2,2% na sessão.

A Petrobras (PETR4) caiu 2,18%, pressionado por declarações de Gleisi Hoffmann, presidente do PT, sobre mudanças na política de preços da companhia, bem como em sua distribuição de dividendos.

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