Ibovespa (IBOV) recua pela 4ª vez seguida com impostos no radar; RRRP3 e HAPV3 tombam
O Ibovespa (IBOV) teve nesta quarta-feira (1º) seu quarto pregão seguido de queda, sem suporte de Wall Street, que também fechou predominantemente no vermelho, e com o mercado local repercutindo os anúncios do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a reoneração dos combustíveis.
O índice encerrou com desvalorização de 0,52%, a 104.384,67 pontos. Enquanto nos Estados Unidos o temor dos investidores ficou concentrado nos juros, com a perspectiva de um ciclo de aperto monetário mais longo, por aqui, falas de Haddad foram mal recebidas.
No início da semana, o Ministério da Fazenda confirmou a volta da cobrança de impostos federais sobre a gasolina e o etanol após o fim do prazo da desoneração, em 28 de fevereiro.
Ontem à noite, Haddad informou que a reoneração da gasolina terá aumento de R$ 0,47 o litro e R$ 0,02 para o etanol. Também foi confirmada a taxação da exportação de petróleo bruto no Brasil em 9,2%.
Ao anunciar a reoneração dos impostos federais sobre a gasolina e o etanol, o ministro cobrou do Banco Central uma revisão da política econômica.
Segundo Haddad, a retomada dos impostos está alinhada com as atas do Comitê de Política Monetária (Copom), que sinalizam que o risco fiscal do novo governo ajuda a pressionar as expectativas do mercado sobre a inflação, fazendo com que a Selic se mantenha elevada.
Petroleiras em mais um pregão ruim
Os impostos anunciados pelo governo trouxeram grande volatilidade a empresas do setor de óleo e gás. 3R Petroleum (RRRP3) foi destaque de queda ao desabar 10,46%. PRIO (PRIO3) se recuperou bem, mas terminou o dia em queda de 0,95%, enquanto Petrobras (PETR4) subiu 0,24%. A estatal divulga daqui a pouco o balanço do quarto trimestre de 2022, e a expectativa do mercado recai sobre um potencial anúncio de distribuição de dividendos.
A ação do Ibovespa que mais caiu foi, de longe, Hapvida (HAPV3). A empresa de saúde derreteu 32,74% após divulgar seus resultados do quarto trimestre de 2022.
Os bancos tiveram sessão negativa, pesando para o Ibovespa. As ações do Banco do Brasil (BBAS3) recuaram 3,23%. O Bradesco BBI fez cortes de recomendação no setor bancário, e a estatal não se salvou. Na expectativa de um cenário mais tumultuado nos próximos meses, analistas da instituição rebaixaram BB para “neutra”, com preço-alvo menor de R$ 48 (contra R$ 57 anteriormente).
Na ponta das altas do dia, destaque para mineradoras e siderúrgicas, que se beneficiaram do salto do minério de ferro na China, após dados animadores para a economia do país asiático.
O índice de gerentes de compras (PMI) da indústria chinesa subiu para 52,6 em janeiro, ante 50,1 no mês anterior, segundo o Escritório Nacional de Estatísticas da China. Essa foi a leitura mais alta em mais de uma década.
Vale (VALE3) acompanhou a recuperação do minério de ferro e avançou 4,55% hoje. CSN (CSNA3) e CSN Mineração (CMIN3) subiram mais de 7% e 2%, respectivamente. Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4) também avançaram.