O que explica a queda do Ibovespa (IBOV) nesta segunda (29), mesmo com acordo sobre teto da dívida dos EUA?
O Ibovespa (IBOV) abriu a semana na ponta negativa, encerrando esta segunda-feira (29) em queda de 0,51%, a 110.333,40 pontos.
O índice de referência da Bolsa brasileira caiu mesmo com a notícia de um acordo do teto da dívida dos Estados Unidos, cujos mercados acionários permaneceram fechados hoje por conta do feriado do Memorial Day.
Devido a um dia sem negociações em Wall Street, o mercado local teve um pregão de liquidez reduzida.
Além disso, segundo Leandro Petrokas, diretor de research, mestre em finanças e sócio da Quantzed, o acordo já era esperado, e por isso não fez preço no Brasil.
“Talvez traga algum otimismo de curto prazo lá fora”, avalia. “O que realmente tem feito preço lá fora é o otimismo com o setor de tecnologia, principalmente em relação a empresas de inteligência financeira, por exemplo, Nvidia, grande nome que o mercado elegeu para comprar.”
Neste domingo (28), o presidente norte-americano Joe Biden acertou um acordo com o presidente da Câmara dos EUA, Kevin McCarthy, para suspender o teto da dívida até 1º de janeiro de 2025.
O acordo dá um passo em direção a uma resolução quanto ao impasse envolvendo o teto de endividamento dos EUA, que tem gerado preocupações sobre as consequências de um possível calote por parte da maior economia mundial.
O acordo ainda precisa ser aprovado na Câmara,. Logo depois, irá ao Senado.
Na agenda econômica brasileira, os investidores digeriram dados da nova edição do Boletim Focus, do Banco Central. Os economistas reduziram a previsão do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ao fim do ano, passando de 6,80% para 5,71%.
Petrokas, da Quantzed, diz que o mercado ainda segue apostando em queda na Selic, a taxa básica de juros do Brasil. A perspectiva de juros menores voltou a tomar forma com a aprovação da proposta do arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados.
Altas e baixas
As ações da Vale (VALE3), de peso relevante para o Ibovespa, chegaram a subir, mas viraram para queda no meio da tarde, contrariando o minério de ferro no exterior.
A mineradora caiu 0,75%. Na avaliação do analista da Quantzed, o mercado parece realmente muito reticente, preocupado com o crescimento da economia chinesa, o que impacta diretamente a cotação da companhia.
A Petrobras (PETR4) registrou queda de 0,41%, na esteira dos preços do petróleo nos mercados internacionais.
Na semana passada, a companhia negou que esteja negociando, junto com a Previ, fundo de pensão da Caixa Econômica, a compra da Vibra Energia (VBBR3). Os papéis da Vibra caíram 3,91% nesta segunda, liderando as baixas do Ibovespa.
Do lado positivo, a Cogna (COGN3) subiu 3,26%. Investidores têm dado mais atenção a ações com exposição à economia doméstica diante da expectativa de queda da Selic.
Os papéis de CVC (CVCB3) também subiram, encerrando a sessão com ganhos de 4,03%.
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