Mercados

Ibovespa (IBOV) encerra mais uma sessão em queda, na véspera de decisão do Copom

15 mar 2022, 17:12 - atualizado em 15 mar 2022, 18:53
Investidores estão à espera da decisão do Copom, que sai amanhã (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) encerrou mais um dia em baixa. Dessa vez, o índice se descolou de Wall Street, com os principais índices dos Estados Unidos apresentando valorização nesta terça-feira (15).

O Ibovespa cedeu 0,88%, a 108.959,30 pontos, quarta baixa seguida e o menor fechamento desde 24 de janeiro. O volume financeiro foi de R$ 30,5 bilhões.

Os investidores estão à espera da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que iniciou hoje a reunião de dois dias para decidir o que fazer com a taxa básica de juros brasileira (Selic) em meio ao aumento mais agressivo da inflação.

A decisão será anunciada no fim da tarde de amanhã. A expectativa é de que as autoridades monetárias elevem em 1 ponto percentual a Selic, atualmente em 10,75% ao ano.

Especialistas do mercado não descartam uma postura ainda mais agressiva por parte do Copom. O UBS projeta que a taxa básica de juros cresça para 13,75% em maio, com outra alta considerável prevista para esta semana.

Para a Terra Investimentos e o analista Rob Correa, também fundador da Hedgepoint, o Copom deverá revisar, em alguma medida, o seu plano de voo (ou seja, de “redução do ritmo de ajuste da taxa básica de juros”).

Commodities mais uma vez reagindo mal

A queda do Ibovespa nesta terça foi puxada principalmente pelas ações ligadas a commodities. Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3;PETR4) tiveram um dia de baixa, com o minério de ferro e o petróleo marcando uma nova sessão de perdas.

Alexsandro Nishimura, economista, head de conteúdo e sócio da BRA, explica que a desvalorização das commodities se deve à esperança de avanço nas conversas entre Rússia e Ucrânia.

Além disso, potenciais reflexos de lockdowns na China para conter o novo surto de Covid-19 no país foram pesados pelos investidores, colocando pressão sobre os mercados.

O Magazine Luiza (MGLU3) despencou junto com as commodities após divulgar resultados piores que o esperado.

Confira os destaques:

VALE ON (VALE3) desvalorizou-se 2,9%, terceira queda seguida, após o preço do minério de ferro cair na Ásia com o aumento das infecções por Covid-19 na China. As perdas foram reduzidas depois da divulgação de indicadores econômicos chineses melhores do que o esperado. CSN MINERAÇÃO ON (CMIN3) caiu 5,3%. GERDAU PN (GGBR4) puxou queda entre as siderúrgicas com perdas de 4,5%.

PETROBRAS PN (PETR4) cedeu 2,4% e ON recuou 1,9%, sob influência da queda de mais de 6% no preço do petróleo Brent, que atingiu o menor patamar em quase três semanas. A Rússia apoiou a retomada do acordo nuclear de 2015 envolvendo o Irã o mais rápido possível. Um acerto pode permitir ao Irã aumentar a exportação da commodity. O recrudescimento da pandemia na China e guerra na Ucrânia mantiveram-se no radar.

MAGAZINE LUIZA ON (MGLU3) afundou 8,6%, após prejuízo ajustado de R$ 79 milhões de outubro a dezembro, com forte desaceleração nas vendas em um cenário macroeconômico mais adverso no país. Analistas viram números mais fracos do que o esperado e não projetam uma recuperação da ação no curto prazo. A empresa espera melhora gradual de margens nos próximos trimestres, disseram executivos em conferência.

AZUL PN (AZUL4) subiu 6,9% e GOL PN (GOLL4) ganhou 3,1%, com queda no preço do petróleo aliviando pressão nos custos de combustíveis.

CIELO ON (CIEL3) subiu 5,3%, NATURA ON (NTCO3) avançou 5,2%, CYRELA ON (CYRE3) ganhou 3,4% e AMBEV ON (ABEV3) teve alta de 1,1%. Papéis de setores sensíveis aos juros, de construção a consumo interno, tiveram sessão positiva.

SANTANDER BRASIL UNIT (SANB11) caiu 1,3% e liderou queda entre os grandes bancos de varejo, após o Citi cortar a recomendação para a ação de “compra” a “neutra”.

ECORODOVIAS ON (ECOR3) avançou 1,6%, depois de divulgar lucro líquido recorrente de R$ 69,3 milhões para o quarto trimestre, crescimento de 25,5% ante o mesmo período do ano anterior, ainda que com redução nas margens.

Com Reuters

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
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