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Depois da ‘Super Quarta’, a ‘Super Queda’: Ibovespa (IBOV) atinge menor patamar desde julho de 2022

23 mar 2023, 17:18 - atualizado em 23 mar 2023, 17:18
Ibovespa-Ações-Mercados
Ibovespa despenca com temor em cenário local (Imagem: Patricia Monteiro/Bloomberg)

O Ibovespa (IBOV) derreteu nesta quinta-feira (23), com o mercado repercutindo a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de manter a Selic, taxa básica de juros do Brasil, em 13,75%.

O principal índice da Bolsa brasileira tombou 2,29%, a 97.926,34 pontos. Esse é o menor patamar desde julho de 2022.

Descolando-se de Wall Street, o mercado acionário local reagiu mal ao comunicado “hawkish” (mais agressivo) do BC, que sinalizou que pode retomar o ciclo de aperto monetário caso a inflação saia do controle.

No comunicado, o Copom citou a incerteza sobre o arcabouço fiscal e “seus impactos sobre as expectativas para a trajetória da dívida pública”.

Com isso, o mercado começou a cortar as expectativas de redução da Selic já em maio ou junho, destaca a Ágora Investimentos.

Ministros do governo Lula 3 criticaram a decisão do BC de manter a Selic em patamares elevados. Fernando Haddad, ministro da Fazenda, foi o primeiro a comentar. Segundo ele, o comunicado “preocupa bastante”.

Simone Tebet, ministra do Planejamento, disse que a decisão foi injusta.

“Já esperávamos a manutenção da taxa, apesar de não querermos. […] Vamos aguardar a ata, pois a decisão foi injusta com o Brasil”, comentou à Globo News.

A percepção que fica para o mercado é de embate entre o governo Lula e o BC, que já vêm trocando farpas nas últimas semanas.

Isso pode contaminar o cenário local, pontuou o superintendente da Necton/BTG Pactual, Marco Tulli, à Reuters.

Segundo análise técnica do Itaú BBA, para abandonar a tendência de baixa, o Ibovespa precisa ultrapassar os 106.700 pontos.

Após a queda do último fechamento, o Ibovespa abriu caminho para mais quedas em direção aos 97.000 e 95.200 pontos, avalia.

Altas e baixas

Impactos pelo temor dos juros, as ações do Magazine Luiza (MGLU3) derreteram mais de 13%. A Via (VIIA3) também caiu forte, com perdas de 7,04%.

A Gol (GOLL4) perdeu 10,08% e a Azul (AZUL4) apresentou queda de 8,88%, também afetadas pelas incertezas sobre o futuro do juro brasileiro.

Os papéis da Petrobras (PETR4), que chegaram a segurar o Ibovespa no início do pregão, terminaram com perdas de 2,27%. O petróleo pressionou a ação.

Vale (VALE3) recuou 2,57%, repercutindo mais uma queda do minério de ferro.

Em pregão de altas pouco elevadas, Embraer (EMBR3) e Minerva (BEEF3) lideraram a lista do Ibovespa.

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