Ibovespa vira nos últimos minutos do pregão e evita 7ª perda seguida
O Ibovespa fechou estável nesta quinta (18), em dia de grande volatilidade no índice. O mercado reflete as falas de Campos Neto e Fernando Haddad desta tarde.
O índice fechou em alta de 0,02%, a 124.196,18 pontos, se esquivando de um sétimo dia consecutivo em queda.
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Nos destaques positivos, TOTVS (TOTS3) fechou no azul com +2,47%, após o Itau BBA relatar o otimismo com a empresa neste ano, devido a receita líquida reportada no primeiro trimestre. O preço-alvo da ação está em R$ 34.
Em movimento de correção das últimas quedas, Assai (ASAI3) finalizou o dia com alta de 2,65%. De acordo com Elcio Cardozo, especialista em mercado de capitais e sócio da Matriz Capital, analistas de mercado consideraram Assaí como a “top pick” do setor, que pode se beneficiar com a queda da inflação nos últimos relatórios do IBGE.
Além disso, Gol (GOLL4) fechou em uma alta de 2,92%, após notícia de possível fusão com Azul (AZUL4) -que caiu de 3,82%. “Acredito que esta possível negociação poderá beneficiar a empresa, que recentemente pediu recuperação judicial nos Estados Unidos“, afirmou Cardozo.
Na ponta negativa, Azul finalizou em queda, apesar de esforços ao longo do pregão. As ações da empresa chegaram a subir após a notícia de possível fusão, porém, logo depois voltaram a cair. A companhia aérea acumula 22,35% de baixa neste mês.
Ibovespa vira no fim
Hoje o índice quase marca o seu sétimo dia consecutivo em quedas. A bolsa operou a tarde inteira no vermelho, mas virou nos últimos minutos de negociação. De acordo com Elcio Cardozo, isso pode ser explicado pela soma de diversos fatores, não por conta de uma questão isolada.
“Na minha visão, os dados de inflação e da atividade dos Estados Unidos ainda demonstram sinais de força e, com isso, algumas casas já indicam que é possível que sequer haja corte de juros nos EUA neste ano”.
Além disso, Cardozo destaca que no mercado interno há temores de que a taxa terminal deste ciclo de queda da Selic seja maior do que a projetada até algumas semanas atrás. Sendo assim, isso é um problema pata os ativos de risco.
Campos Neto e Haddad no G20
No setor macroeconômico, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central do Brasil estão em uma coletiva do G20, em Washington. Segundo Haddad, a redução drástica nas expectativas de cortes da taxa de juros dos Estados Unidos afetou variáveis macroeconômicas globalmente, com uma reprecificação de ativos.
De acordo com Haddad, ministros da Fazenda e presidentes de bancos centrais estão se ajustando à expectativa de que taxas de juros e o dólar ficarão mais altos por mais tempo, após o Federal Reserve sinalizar que deve jogar mais para frente os cortes nas taxas.
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Campos Neto mencionou na coletiva que um cenário com dólar forte “é sempre um problema” e pode gerar reação de bancos centrais pelo mundo. Segundo o presidente do BC, o fluxo de recursos para o Brasil e as reservas internacionais do país são fatores que atenuam problemas.
Além disso, Campos Neto reiterou que o Banco Central só intervém no mercado de câmbio quando detecta problemas no funcionamento do mercado, e não age contra questões que entende como estruturais.