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Ibovespa (IBOV): Risco de colapso do setor bancário nos EUA chacoalha índice; VIIA3 e MGLU3 disparam

13 mar 2023, 17:26 - atualizado em 13 mar 2023, 17:26
Ibovespa
Ibovespa: Temor com setor bancário em meio ao caso do SVB Financial respinga no mercado local (Imagem: Patricia Monteiro/Bloomberg)

O Ibovespa (IBOV) começou a semana em ritmo fraco, tendo fechado o pregão desta segunda-feira (13) em queda diante dos riscos externos provocados pelo caso do SVB Financial Group nos Estados Unidos.

O índice de referência da Bolsa brasileira fechou com desvalorização de 0,48%, a 103.121,36 pontos.

O colapso do banco alimenta o risco de contágio no sistema bancário, mesmo depois de o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, e outros reguladores norte-americanos garantirem que clientes do SVB terão acesso integral a seus depósitos e anunciarem um programa de emergência para evitar a quebra da instituição financeira.

Mesmo com as medidas implementadas pelos reguladores, o mercado continua preocupado com o risco sistêmico no setor bancário, diz a XP Investimentos.

O SVB entrou em colapso após uma onda de saques em contas de startups de tecnologia forçar o banco a vender todo o seu balanço de títulos de dívida para levantar capital.

A derrocada do SVB remete à crise de 2008, quando o Lehman Brothers faliu. Existe nos mercados a preocupação de que o episódio se repita, embora especialistas acreditem que o cenário não é o mesmo.

“Não se trata de um cenário igual a 2008, que foi bem mais grave porque envolvia o mercado imobiliário norte americano e, consequentemente, toda a população”, afirma Elcio Cardozo, sócio da Matriz Capital.

“Porém, esse risco faz com que o Fed se movimente para frear ainda mais a alta de juros nos Estados Unidos, fato que faz com que a taxa terminal de juros fique abaixo do que o mercado estava precificando até semana passada”, ressalta.

A situação delicada do setor bancário norte-americano respingou no movimento das ações das instituições financeiras no Brasil. Os bancos caíram em bloco nesta segunda, influenciados pela tombo das ações nos mercados internacionais.

Novo arcabouço fiscal

No mercado doméstico, investidores continuam atentos a notícias sobre o novo arcabouço fiscal, que deve ser apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta semana.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que deu início a conversas com técnicos do governo, incluindo o Banco Central, e economistas do meio acadêmico para apresentar a nova proposta.

A proposta do novo arcabouço fiscal deverá ser divulgada publicamente antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que ocorrerá nos dias 21 e 22 de março, avisou Haddad.

Segundo a Ágora Investimentos, ao longo dos próximos dias, qualquer notícia sobre o novo arcabouço fiscal será motivo para maior volatilidade.

Altas e baixas

As ações de Via (VIIA3) e Magazine Luiza (MGLU3) dispararam 12,09% e 9,41%, respectivamente, nesta sessão. O movimento recebeu suporte da queda dos juros futuros, com os mercados alimentando expectativas de juros menores nos EUA e no Brasil.

Além disso, as ações dos varejistas subiram após as perdas na sessão passada após a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2022, com ambas as companhias reportando prejuízo.

Nas baixas, 3R Petroleum (RRRP3) e PRIO (PRIO3) estiveram entre os destaques de queda do Ibovespa, seguindo a correção nos preços do petróleo nos mercado internacionais. A Petrobras (PETR4) recuou 3,16%.

As ações da Vale (VALE3) terminaram o dia em alta de 0,41%, seguindo a recuperação do minério de ferro.