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Ibovespa (IBOV) perde fôlego sob peso de bancos; BBDC4 e SANB11 derretem

23 jan 2023, 18:14 - atualizado em 23 jan 2023, 18:38
Ibovespa
Ibovespa sente peso de bancões nesta segunda-feira (23) (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Após seguir o pregão alternando entre altas e baixas, o Ibovespa (IBOV) cravou queda nesta segunda-feira (23), com o mercado acompanhando a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Argentina.

O índice de referência da Bolsa brasileira recuou 0,27%, a 111.737,28 pontos.

O tema principal do dia girou em torno da criação de uma moeda única para relações comerciais e transações financeiras entre Brasil e Argentina com o objetivo de diminuir a dependência do dólar.

Em resposta à jornalistas durante um evento realizado na Casa Rosada, em Buenos Aires, Lula afirmou que os ministros Fernando Haddad e Sergio Massa farão uma proposta de comércio exterior e de transações entre os dois países.

Após repercussão das falas de Lula, Gabriel Galípolo, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, afirmou que a proposta de criar uma moeda comum entre os dois países não tem o objetivo de substituir o real ou o peso argentino.

“O ponto principal é a dificuldade de aceitação do peso no mercado internacional”, comentou, em entrevista para a GloboNews.

Segundo Galípolo, a restrição de dólar pode prejudicar o comércio com a Argentina ou outros países que tenham dificuldades em converter sua moeda para realizar transações externas.

Também nesta segunda, o Banco Central divulgou um novo Boletim Focus. Economistas ouvidos pelo órgão monetário elevaram suas expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ao fim de 2023 após as críticas de Lula sobre a meta de inflação e a independência do BC.

As estimativas para o IPCA passaram de 5,39% para 5,48%. Há um mês, a expectativa era de elevação de 5,23%.

Para a Selic, taxa básica de juros do Brasil, a previsão foi mantida em 12,5% em 2023, mas aumentou para 2024, de 9,25% a 9,5%. Para 2025, a previsão para o juro básico subiu de 8,25% para 8,50%. Para 2026, a taxa projetada passou de 8% para 8,25%.

Primeiro dia sem Americanas

Hoje foi o primeiro pregão sem a Americanas nos índices da B3, incluindo o Ibovespa. As ações da varejista deixaram de ser elegíveis para compor qualquer índice da Bolsa brasileira com a entrada do pedido de recuperação judicial.

Em movimento de recuperação após o tombo de sexta, os papéis da companhia terminaram o dia em alta de mais de 12%.

Marcelo Oliveira, CFA e sócio-fundador da Quantzed, não acredita que o momento é de comprar a ação da Americanas, citando o processo “muito demorado” de investigação envolvendo as inconsistências contábeis detectadas no balanço.

“Tivemos uma carta aberta dos controladores da Americanas. Uma carta bem polêmica, porque jogaram praticamente no colo da auditoria. É bem difícil entender como controladores não tinham acesso a esse tipo de problema”, afirma.

“Existe uma coisa chamada custo de oportunidade. Com a renda fixa hoje pagando 13-14% por ano, temos oportunidades que valem muito mais a pena do que investir no papel da empresa”, completa o analista.

O varejo dominou as altas do Ibovespa nesta segunda, com Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) disparando. Do setor de mineração e siderurgia, a CSN Mineração (CMIN3) se destacou pela maior valorização, encerrando a sessão com ganhos de 4,02%. Os papéis da Vale (VALE3) avançaram 0,33%.

As ações da Petrobras (PETR4) subiram 1,59%. Já Banco do Brasil (BBAS3), que ficou a maior parte do pregão no azul, virou para queda.

As ações do Bradesco (BBDC4) derreteram 4,23%. Com Santander Brasil (SANB11) não foi muito diferente. O Credit Suisse cortou a recomendação do segundo banco para “underperform”. Para o Bradesco, a recomendação, também de “underperform”, foi reiterada.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
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