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Ibovespa (IBOV) tem 3ª derrota seguida, apesar de arcabouço fiscal; VALE3 pressiona índice

24 maio 2023, 17:24 - atualizado em 24 maio 2023, 17:35
Ibovespa, dividendos
Queda da Vale joga Ibovespa para baixo nesta quarta-feira (24) (Imagem: Patricia Monteiro/Bloomberg)

O Ibovespa (IBOV) voltou a cair nesta quarta-feira (24), marcando seu terceiro pregão seguido de queda. Levado pelos ventos desfavoráveis no exterior, o principal índice da Bolsa brasileira terminou o dia com desvalorização de 1,03%, a 108.799,54 pontos.

A pressão maior veio das ações da Vale (VALE3), que caíram 2,27%, acompanhando a nova baixa nos preços do minério de ferro. A matéria-prima para a produção siderúrgica teve mais uma sessão negativa, com traders temorosos quanto à demanda fraca por aço na China.

Os frigoríficos também recuaram, com JBS (JBSS3) e BRF (BRFS3) perdendo 4,89% e 5,55%, respectivamente, devido à instauração de emergência zoossanitária por 180 dias por conta dos casos de gripe aviária no Brasil.

A Raízen (RAIZ4) caiu 4,38%. A companhia realizou nesta quarta o evento anual com investidores e analistas.

Na contramão, a Petrobras (PETR4) subiu 1,52%, impulsionado pela alta do petróleo no exterior.

Do exterior, o teto da dívida dos Estados Unidos continua assombrando os mercados. Novamente, não houve progresso nas discussões entre a Casa Branca e representantes republicados quanto ao aumento do teto de endividamento do país, criando mais volatilidade nos índices acionários em Wall Street.

E o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, divulgou a ata da última reunião, que aconteceu no início do mês. Autoridades concordaram que a necessidade de novos aumentos na taxa de juros “tornou-se menos certa” e, para algumas delas, o aumento de 0,25 ponto percentual aprovado no encontro poderia ser o último. O documento ajudou a aliviar a pressão sobre Wall Street.

No Brasil, a aprovação do arcabouço fiscal foi a pauta da vez. O texto, que passou por algumas alterações, foi aprovado na Câmara dos Deputados ontem à noite. Entre as mudanças, está a que obriga o governo a aumentar mais a arrecadação com impostos ao longo de 2024 para conseguir subir os gastos no período.

Com a aprovação do arcabouço na Câmara, o mercado volta a avaliar a proximidade da trajetória de queda dos juros no Brasil. Segundo o economista André Perfeito, é provável que o real se valorize mais no curto e médio prazo, reforçando uma perspectiva de inflação sob controle, o que pode fazer com que o Banco Central inicie de fato o corte da Selic em breve.