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Ibovespa (IBOV) cai com realização de lucros nesta sexta, mas tem semana positiva; veja como foi março

31 mar 2023, 17:18 - atualizado em 31 mar 2023, 17:32
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Ibovespa conseguiu fechar a semana com altas acumuladas 3,10%; em março, no entanto, caiu (Imagem: Patricia Monteiro/Bloomberg)

O Ibovespa (IBOV) quebrou a sequência de altas dos últimos cinco pregões nesta sexta-feira (31). O índice fechou o dia em queda de 1,77%, a 101.882,20 pontos. Apesar disso, o Ibovespa conseguiu fechar a semana com altas acumuladas 3,08%.

No mês cheio de março, com a onda de aversão a risco que se instaurou nos mercados após o colapso do SVB Financial Group e do Signature Bank e da crise do Credit Suisse, o índice recuou 2,90%.

Os últimos dias foram importantes para o mercado. O novo arcabouço fiscal, tão aguardado pelo mercado, finalmente foi apresentado.

A proposta apresentada ontem à tarde limita o crescimento dos gastos a 70% da alta na receita gerada pelo Estado.

No entanto, a regra traz exceções para o crescimento da dívida. A primeira delas tem relação com o compromisso de entrega de superávit primário: a meta é gerar um primário de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2026, com uma tolerância de 0,25 pontos percentuais para mais ou para menos.

Além disso, a regra fiscal possui dois mecanismos anticíclicos, que estabelecem um crescimento real da dívida pública entre 0,6% e 2,5%.

Caso a receita não cresça, os gastos ainda poderão ser elevados em 0,6% acima da inflação.

A primeira reação do mercado foi positiva. No entanto, passada parte da euforia, os investidores começam a pesar os pontos positivos e negativos do arcabouço.

Agentes do mercado estão divididos sobre o arcabouço. A Guide Investimentos comentou ontem que a regra tem um claro objetivo de garantir a estabilidade das contas públicas, com a missão de zerar o déficit para 2024 e gerar superávits a partir de 2025.

“Considerando que a estimativa para o déficit primário para este ano é de R$ 100 bilhões, é um objetivo bem ambicioso – principalmente quando levando em conta as sinalizações iniciais desse governo”, afirmou a corretora, em relatório.

Lucas Caumont, estrategista de investimentos da Matriz Capital, avaliou que, por mais que a nova regra fiscal tenha certa diligência fiscal, as metas parecem irreais.

“A zeragem do déficit primário em 2024 exigiria corte de 10% nos gastos e aumento na carga tributária, ficando muito longe do possível”, comentou o especialista.

Victor Benndorf, da corretora que leva o seu nome, disse que é preciso considerar que a proposta tem alguns problemas.

“É enviesado mais para o lado dos gastos, considera premissas de que o Brasil irá crescer bem”, destacou.

Outro ponto levantado por Benndorf é que a reação positiva do mercado no pregão passado pode ser associado à definição do arcabouço, visto que o mercado não gosta de incerteza.

“Você tem esse arcabouço que não é perfeito e essa economia real ruim. Depois da melhora, volta a pesar o macro”, diz, referindo-se ao pregão desta sexta. O movimento de baixa da sessão de hoje pode ser considerado de realização de lucros.

Altas e baixas

As ações da Hapvida (HAPV3) figuraram entre os destaques de baixa do Ibovespa nesta sexta, com perdas de 6,43%, após a disparada nos pregões passados. Qualicorp (QUAL3) também recuou no dia, encerrando com desvalorização de mais de 6%.

Lojas Renner (LREN3) perdeu 6,07%. O Citi cortou o preço-alvo do papel da varejista, de R$ 30 para R$ 22. A recomendação, no entanto, ainda é de “compra”.

A Petrobras (PETR4) perdeu 2,17%, mesmo com o avanço do petróleo no exterior. Vale (VALE3) também fechou em queda (-1,87%), na contramão da alta nos preços do minério de ferro. O mercado repercutiu a decisão judicial que determina depósito em juízo de R$ 10,3 bilhões pela Vale em conjunto com a BHP Brasil.

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