Mercados

Ibovespa estende mau humor e fecha abaixo dos 125 mil pontos

24 abr 2024, 17:25 - atualizado em 24 abr 2024, 17:25
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Ibovespa fecha em queda de 0,33% nesta quarta (24) (Imagem: REUTERS/Carla Carniel)

O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira (24), refletindo a alta da curva de juros futura e o desempenho negativo de Wall Street

O índice fechou em baixa de 0,33%, a 124.740,69 pontos.

A PetroRecôncavo (RECV3) fechou com alta de 4,74% refletindo o anúncio de possível fusão com Eneva (ENEV3). As ações enfrentavam baixas com o mercado de olho no movimento de consolidação das junior oils, após negociações entre 3R Petroleum (RRRP3) e Enauta (ENAT3).

De acordo com Jaqueline Kist, especialista em mercado de capitais e sócia da Matriz Capital, “a notícia da negociação com a Eneva corresponde às expectativas do mercado quanto à gestão de fusões e aquisições feitas pela companhia”.

A Ambev (ABEV3) também subiu durante o pregão, finalizando o dia com uma alta de 1,52%. Sem notícia relevante em relação à empresa, a companhia vê recuperação nos papeis da após queda acentuada no ano.

Na ponta negativa, Petz (PETZ3) teve uma queda de 9,51% em correção das altas desta semana. A empresa anunciou possível fusão com a Cobasi na última sexta (19), o que levou suas ações a subirem até 40% no dia.

“Apesar da queda, o papel ainda acumula alta de cerca de 36% em relação ao fechamento da última sexta-feira, impulsionada pela avaliação de sinergia entre as duas empresas”, afima Kist.

Outra queda é a da Usiminas (USIM5), que fechou o dia com -3,74%, apesar da alta no minério de ferro. O mercado reflete os resultados da companhia no 1T24, divulgados ontem (23). Além disso, as projeções apresentadas pela mineradora para o 2T24 foram consideradas modestas, impulsionando ainda mais as vendas do papel.

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Fatores que abalaram o Ibovespa

De acordo com Jaqueline Kist, os investidores têm demonstrado cautela a partir da alta da expectativa de inflação no Brasil para 2025 e PIB em 2024, no Boletim Focus desta semana, de olho no IPCA-15 e do PCE de março nos EUA a serem divulgados na sexta-feira.

Além disso, o cenário da economia dos Estados Unidos tem limitado a possibilidade de cortes na taxa Selic, que já está sendo precificada entre 9,5% e 10%, após falas de Campos Neto na última semana.

Dessa forma, a expectativa de mercado em relação ao IPCA-15 é de uma alta de 0,3% no indicador mensal, segundo Kist. O consenso de mercado também tem uma expectativa de alta de 0,3% no PCE nos Estados Unidos (o principal índice de inflação para o FED), ambos indicadores divulgados na sexta-feira.

Esses dados, vindo acima ou abaixo das expectativas, devem fazer preço em sentido contrário nas bolsas, uma vez que ditam a possibilidade das autoridades monetárias cortarem os juros”, afirma a especialista. 

As expectativas de alta no preço das commodities, puxadas pelos conflitos geopolíticos, também trazem pressões altistas à inflação, afetando as expectativas e contribuindo para as altas das curvas de juros futuras.