Mercados

Ibovespa cai com expectativa por corte de gastos e Wall Street; dólar sobe a R$ 5,76

30 out 2024, 17:16 - atualizado em 30 out 2024, 17:41
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O Ibovespa estendeu as perdas com fraqueza de NY e cenário fiscal doméstico; dólar fechou o dia próximo da estabilidade após renovar máxima intradia em dois meses (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Ibovespa (IBOV) operou em linha de estabilidade durante todo o pregão em meio à fraqueza das bolsas de Nova York e reação a dados econômicos no Brasil e nos Estados Unidos. A temporada de balanços segue no radar.

Nesta quarta-feira (30), o principal índice da bolsa brasileira caiu 0,07%, aos 130.639,33 pontos. 

Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,7634 (+0,03%). 

No cenário doméstico, os investidores seguiram na expectativa do anúncio de novas medidas de contenção de gastos públicos com o fim do período eleitoral.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que houve convergência com a Casa Civil em torno da elaboração de medidas para controle de despesas públicas. Contudo, ainda não data para o anúncio das medidas fiscais.

Em segundo plano, o mercado reagiu a novos dados econômicos.

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) acelerou mais do que o esperado por analistas em outubro, em alta de 1,52%, depois de ter avançado 0,62% no mês anterior. O dado foi divulgado hoje pela Fundação Getulio Vargas (FGV). A expectativa em pesquisa da Reuters com analistas era de alta de 1,48%.

O Brasil também abriu 247.818 vagas formais de trabalho em setembro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Esse foi o melhor mês desde fevereiro deste ano. 

O resultado ficou acima da expectativa de economistas apontada em pesquisa da Reuters de criação líquida de 227.600 vagas.

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Altas e quedas do Ibovespa 

Entre os ativos negociados no Ibovespa, WEG (WEGE3) foi o destaque do pregão, com os investidores reagindo ao balanço do terceiro trimestre. Os papéis lideraram as perdas do índice desde a abertura e terminaram o dia com queda superior a 5%.

A fabricante de equipamentos elétricos registrou lucro líquido de R$ 1,57 bilhão no período, enquanto a mediana de projeções reunidas pela Bloomberg apontavam R$ 1,60 bilhão de lucro. Na comparação anual, o resultado apurado no trimestre representa uma alta de 20,4% ante o mesmo período de 2023.

Na avaliação do Itaú BBA, os números do período são de boa qualidade, ainda que afetados por um crescimento das despesas SG&A (operacionais).

Os analistas do banco avaliam que houve um aumento das expectativas para os resultados trimestrais nos últimos dias e as ações acumularam uma alta de 4,7% no mês, ante queda de 1% do Ibovespa. Dessa maneira, já previam que poderia haver uma reação negativa.

Entre os pesos-pesados do Ibovespa, Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4;PETR3) destoaram o desempenho das commodities e fecharam em baixa.

Na ponta positiva do Ibovespa, as ações cíclicas avançaram em meio ao alívio na ponta longa da curva de juros e expectativas para os resultados corporativos. Carrefour (CRFB3),  Cogna (COGN3) e Magazine Luiza (MGLU3) figuraram entre os maiores ganhos do índice na sessão.

Exterior 

Nos Estados Unidos, Wall Street teve mais um dia de quedas em compasso de espera pelo balanços das big techs. 

Hoje, Meta — controlador do Facebook, Instagram e WhatsApp — e Microsoft mostram os resultados do terceiro trimestre. Apple apresenta os números na quinta-feira (31).

Enquanto os números não foram divulgados, os investidores reagiram a novos dados econômicos.

O relatório da ADP mostrou que 233.000 postos de trabalho foram criados no setor privado norte-americano em outubro, ante 159.000 vagas abertas (revisadas para cima) no mês anterior.

Economistas consultados pela Reuters projetavam uma desaceleração na abertura de vagas para 114.000 em outubro.

Acrescentando à percepção de força da economia norte-americana, o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 2,8% no terceiro trimestre, um pouco abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de expansão de 3%, mas com os gastos das famílias e do governo subindo 3,7%.

O número ainda ficou acima da alta de 1,8% que o Federal Reserve (Fed) considera como um crescimento não inflacionário.

Os resultados afastaram ainda mais a tese de desaceleração econômica e enfraquecimento do mercado de trabalho dos EUA, o que deve impactar diretamente os próximos movimentos do Fed, que entrou no mês passado em um ciclo de afrouxamento monetário.

O mercado ainda espera o índice de inflação (PCE, na sigla em inglês) — o indicador preferido do Fed — e o relatório de empregos (payroll) de outubro.

A temporada de balanço também divide as atenções.

Os investidores tem aumentado as apostas de vitória de Donald Trump na disputa pela Casa Branca em 5 de novembro.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: -0,33%, aos 5.813,67 pontos; 
  • Dow Jones: -0,22%, aos 42.141,54 pontos;
  • Nasdaq: -0,56%, aos 18.607,93 pontos.

*Com informações de Reuters