Mercados

Ibovespa cai com bancos e destoa de recordes em Wall Street; dólar renova máxima histórica a R$ 6,06

02 dez 2024, 18:12 - atualizado em 02 dez 2024, 18:17
Day Trade, Investimentos, Mercados
O Ibovespa sustentou os 125 mil pontos com bancos; dólar renovou a máxima histórica com possível taxação de Trump sobre Brics (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) iniciou dezembro em tom negativo, puxado por bancos e a permanência da aversão ao risco com o cenário fiscal.

Nesta segunda-feira (2), o principal índice da bolsa brasileira caiu 0,34%, aos 125.235,54 pontos.

Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 6,0680 (+1,11%) e renovou a máxima nominal histórica para a divisa desde a criação do real pela quarta sessão consecutiva. 

No cenário doméstico, os investidores seguem repercutindo o pacote de corte nos gastos públicos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com os ministros da  Fazenda, Fernando Haddad, e das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, além de líderes do Congresso para discutir a tramitação do pacote fiscal. O encontro começou às 16h30 (horário de Brasília). As informações são do Broadcast.

Os economistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central elevaram as estimativas para a taxa básica de juros, a Selic, para 12,63% em 2025 e 10,50% em 2026, segundo o Boletim Focus. A projeção para o final deste ano permaneceu em 11,75% ao ano a despeito da percepção de piora no cenário fiscal.

O diretor de Política Monetária e futuro presidente do BC, Gabriel Galípolo, disse que o cenário econômico atual aponta para uma política monetária “mais contracionista” por parte da instituição, sinalizando “juros mais altos por mais tempo” no Brasil, no evento XP Fórum Político, realizado pelo banco XP em São Paulo.

Altas e quedas do Ibovespa

Entre as ações negociadas no Ibovespa, SLC Agricola (SLCE3) foi o destaque da ponta positiva do índice. Os papéis da companhia chegaram a subir quase 8% com a elevação da recomendação de neutra para compra pelo Bank of America (BofA) e a forte valorização do dólar ante o real.

Braskem (BRKM5) também operou entre as maiores altas após confirmar que avalia mudanças na diretoria do novo CEO, Roberto Ramos — que assumiu a presidência da petroquímica nesta segunda-feira (2). 

Os papéis cíclicos, como Petz (PETZ3) e Magazine Luiza (MGLU3), recuperaram as perdas com o alívio na curva dos juros nos vértices de curto prazo.

Já a ponta negativa, foi liderada por Azul (AZUL4) e LWSA (LWSA3). No caso da companhia aérea, os papéis foram pressionados pelo dólar, que encarece os preços dos combustíveis. LWSA, antiga Locaweb, seguiu a tendência de queda iniciada na semana passada com o rebaixamento de recomendação para as ações pelo Citi, de compra para neutra/alto risco.

Entre os pesos-pesados, Vale (VALE3) acompanhou o desempenho positivo do minério de ferro na China. A commodity encerrou as negociações com alta de 1,26%, a US$ 111,28 na Bolsa de Dalian. Petrobras (PETR4;PETR3) ignorou a estabilidade petróleo e também terminou a sessão em leve alta. Já os bancos caíram em bloco, com destaque para a queda de quase 2% do Bradesco (BBDC4).

Exterior 

Nos Estados Unidos, os índices de Nova York renovaram os recordes intradiários com apoio das ações de tecnologia — impulsionadas pela ‘Cyber Monday’.

Os investidores aguardam uma bateria de dados econômicos ao longo da semana. Entre eles, o relatório oficial de empregos (payroll) de novembro, com divulgação prevista para a próxima sexta-feira (6).

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: +0,24%, aos 6.047,15 pontos — no maior nível histórico de fechamento;
  • Dow Jones: -0,29%, aos 44.782,00 pontos;
  • Nasdaq: +0,97%, aos 19.403,95 pontos — no maior nível histórico de fechamento.

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Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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