Ibovespa mantém aversão ao risco da véspera e cai mais de 1% com Vale (VALE3); dólar sobe a R$ 6,03
O Ibovespa (IBOV) estendeu as fortes perdas da véspera e terminou sessão com baixa de mais de 1% com o cenário fiscal e a pressão negativa de Vale (VALE3).
Nesta sexta-feira (13), o principal índice da bolsa brasileira caiu 1,13%, aos 124.612,22 pontos. No acumulado das últimas cinco sessões, o índice perdeu 1,05%.
Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 6,0313 (+0,40%). Durante a sessão, o Banco Central anunciou a realização de um leilão de dólares à vista, no segundo dia consecutivo de intervenção cambial. Na semana, o dólar acumulou baixa de 0,65%.
No cenário doméstico, os investidores reagiram ao Índice de Atividade Econômica (IBC-Br). O indicador considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB), registrou alta de 0,1% em outubro na comparação com setembro. A expectativa em pesquisa da Reuters para o resultado do mês era de uma queda de 0,2%.
O quadro de saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva seguiu no radar. O chefe do Executivo publicou, em suas redes sociais, um vídeo em que aparece caminhando em um corredor do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Ele recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pela manhã e segue internado na alta semi-intensiva.
Se por um lado a ausência de Lula nas articulações do pacote fiscal gerou receio pela aprovação, a estabilidade da saúde do presidente derruba expectativas criadas no início da semana de que ele poderia deixar a disputa pela reeleição em 2026 — o que poderia abrir espaço para um nome mais alinhado ao mercado.
Altas e quedas do Ibovespa
Entre as ações mais negociada no Ibovespa, Vale (VALE3) engatou a quarta baixa consecutiva e atingiu o menor valor de mercado desde 2020 durante a sessão. Os papéis da mineradora foram novamente pressionados pelo desempenho negativo do minério de ferro.
O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE), da China, encerrou as negociações do dia com perda de 1,12%, a 797,0 yuans (US$ 109,50) a tonelada.
Ainda entre os pesos-pesados do índice, Petrobras (PETR4;PETR3) fechou também em queda, com as ações contaminadas pela aversão ao risco doméstico e com desempenho na contramão do petróleo.
A ponta negativa do Ibovespa, porém, foi liderada por Braskem (BRKM5).
Por outro lado, as ações do Grupo Pão de Açúcar (GPA; PCAR3) lideraram os ganhos do índice com possível interesse da empresa em uma combinação de negócios entre a rede de supermercados Dia.
Na semana, Totvs (TOTS3) foi a ação com melhor desempenho no Ibovespa, com alta de mais de 6%. Marfrig (MRFG3) foi a maior queda no período, com baixa acumulada de quase 15%.
Exterior
Nos Estados Unidos, os investidores seguiram calibrando as expectativas para a última decisão de política monetária no ano, após os dados de inflação em linha com o esperado e de desaceleração gradual do mercado de trabalho ao longo da semana.
A reunião do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed) está prevista para os dias 17 e 18 de dezembro. Até agora, as apostas de corte de 25 pontos-base nos juros, para a faixa de 4,25% a 4,50%, são as majoritárias.
Em destaque, o índice Nasdaq ganhou força e destoou com impulso das ações da Broadcom. A empresa prevê uma receita trimestral acima das estimativas e uma demanda crescente por seus chips de IA nos próximos anos. A divulgação do guidance fez a empresa ultrapassar US$ 1 trilhão em valor de mercado pela primeira vez.
Já o Dow Jones caiu pelo sétimo dia consecutivo, na maior sequência de perdas desde 2020.
Confira o fechamento dos índices de Nova York:
- S&P 500: 0,00%, aos 6.051,09 pontos;
- Dow Jones: -0,20%, aos 43.828,06 pontos;
- Nasdaq: +0,12%, aos 19.902,84 pontos.
Na semana, o Dow Jones recuou 1,80%, o S&P 500 caiu cerca de 0,70% e o Nasdaq teve leve alta de 0,30%.