Ibovespa (IBOV): Clima pesa, e índice perde os 116 mil pontos; confira o fechamento desta quarta (6)
O Ibovespa (IBOV), arrastado pela baixa em Wall Street e com a queda das ações da Vale (VALE3), fechou esta quarta-feira (6) pré-feriado em queda de 1,15%, a 115.985,34 pontos.
De maior peso para o índice de referência da Bolsa brasileira, a Vale registrou perdas de 1,59%, apesar do avanço dos contratos futuros do minério de ferro na Ásia. Nem mesmo a valorização de 0,45% da Petrobras (PETR4) ajudou a aliviar a pressão sobre o mercado doméstico.
A baixa liquidez em pregão que antecede o feriado de 7 de setembro também prejudicou a performance do dia. Na ponta das maiores quedas, a Vamos (VAMO3) derreteu 7,10% com o corte de recomendação do JP Morgan para “neutra”.
Exterior negativo
Temores com a inflação nos Estados Unidos ditaram o humor dos índices acionários. Hoje, o banco central norte-americano divulgou o Livro Bege, relatório que mapeia as condições econômicas do país. De acordo com o Fed, em julho e agosto, o cenário inflacionário nos EUA deu sinais de melhora. O crescimento econômico no período foi modesto, embora o mercado de trabalho siga mostrando força.
Também nesta quarta, o PMI de Serviços dos EUA, apurado pelo S&P Global, apontou queda após revisão de dados, de 52,3 em julho para 50,5 em agosto. Isso levou a um recuo do PMI Composto, que caiu de 52 em julho para 50,2 em agosto.
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Preocupação fiscal
No Brasil, a Câmara dos Deputados aprovou ontem à noite o projeto que institui o programa de renegociação de dívidas de famílias Desenrola, que estabelece limites para as taxas de juros e encargos financeiros cobrados no crédito rotativo dos cartões.
O texto, que passa agora para o Senado, visa reduzir o endividamento das famílias e facilitar a retomada do acesso ao mercado de crédito.
No radar, dúvidas quanto à capacidade do governo de entregar as metas do novo arcabouço fiscal voltaram a surgir entre os investidores.
Segundo a Commcor, existe um “compreensível desconforto” por parte dos investidores com a capacidade de entrega das metas do novo marco fiscal, com destaque para o déficit zero em 2024, visto com ceticismo pelos agentes financeiros.
Na agenda econômica do dia, o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI), realizado pela FGV Ibre, foi o principal fator de impacto sobre a curva de juros hoje, comenta Caio Canez de Castro, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital.
O indicador variou +0,05% em agosto, interrompendo uma sequência de deflação e passando a acumular uma variação de -5,30% no ano e de -6,91% em 12 meses.
“Apesar de uma divulgação abaixo da expectativa, este foi o primeiro mês de índice no campo positivo após cinco meses de quedas consecutivas”, explica Castro.