Ibovespa (IBOV) não estanca sangria e renova recorde de sequência de quedas
O Ibovespa (IBOV) tentou se segurar em campo positivo, mas foi perdendo força com um exterior ruim e a virada das ações da Petrobras (PETR4).
Nesta quinta-feira (17), o índice encerrou em queda de 0,53%, a 114.982,30 pontos, marcando seu 13º pregão seguido no vermelho e renovando recorde de maior sequência de derrotas da história da Bolsa.
Lucas de Caumont, estrategista de investimentos da Matriz Capital, diz que a baixa ocorre em movimento de realização de lucros por parte dos investidores, principalmente estrangeiros, que carregavam posições compradas desde os 100 mil pontos.
“Em algum momento, essa realização haveria de acontecer e o estopim foi o risco de uma recessão global por conta da dificuldade da China, que apesar de diversos estímulos econômicos, está com dificuldade de retormar o aquecimento da economia, e apresenta uma grande chance de default por parte de grandes construtoras, repetindo o caso da Evergrande”, afirma.
Os índices em Wall Street encerraram novamente em queda, com investidores ainda avaliando a ata da última reunião do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos.
A ata de ontem mostra que as autoridades monetárias ficaram divididas em relação a novos aumentos nos juros. Uma parcela citou riscos para a economia dentro de um cenário mais agressivo com a condução do ritmo de aperto monetário. A maioria, no entanto, chamou a atenção para a necessidade de combate à inflação.
“A maioria dos participantes continuou a ver riscos significativos de alta para a inflação, o que pode exigir mais aperto da política monetária”, diz o documento.
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Tendo perdido os 116,5 mil pontos, o Ibovespa busca agora os 114,8 mil, podendo estender o movimento até a região dos 113 mil pontos antes de tentar algum repique de maior importância, afirmou a Ágora Investimentos, em relatório com análise gráfica.
“Do lado superior, a linha dos 118.200 ampara a tendência de baixa para o curto prazo e, mais acima, para recuperar o viés positivo, o índice precisaria vencer também o topo recentemente formado na zona entre 122.000 e 123.000 pontos”, acrescenta a corretora.
Altas e baixas
A Petrobras fechou a sessão em queda de 0,32%, na contramão da alta dos preços do petróleo nos mercados internacionais. A empresa aumentou nesta semana os preços dos combustíveis, enquanto o presidente Jean Paul Prates afirmou que a estatal não repetirá erros do passado.
Os bancos também fecharam com perdas, jogando mais pressão ao Ibovespa.
A Vale (VALE3) subiu 1,41%, na esteira da valorização do minério de ferro na Ásia. Traders estão na expectativa por novos anúncios de estímulos por parte do governo chinês.
Destaques de queda, a Via (VIIA3) derrapou 6,15% e a São Martinho (SMTO3) perdeu 5,40%.
A Cielo (CIEL3), que avançou 2,67%, foi destaque entre as altas.