Mercados

Ibovespa cai aos 127 mil pontos com Vale (VALE3) e fiscal, enquanto Wall Street renova recordes; dólar sobe a R$ 5,73

08 nov 2024, 18:19 - atualizado em 08 nov 2024, 18:28
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O Ibovespa cai pelo terceiro dia consecutivo com demora no anúncio do pacote fiscal e commodities; Wall Street renovou os recordes de fechamento (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Sem novidades no cenário fiscal e a decepção com novos estímulos na China, o Ibovespa (IBOV) completou o terceiro dia seguido de perdas.

Nesta sexta-feira (8), o principal índice da bolsa brasileira caiu 1,43%, aos 127.829,80 pontos. Na semana, o índice teve leve queda de 0,23%. 

Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,7359 (+1,07%). Nos últimos cinco pregões, a divisa norte-americana acumulou baixa de 2,27%. 

Pelo segundo dia consecutivo, os investidores monitoraram a reunião ministerial com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto, com a expectativa pelo pacote de cortes nos gastos públicos — com anúncio ainda sem data.

Em segundo plano, o mercado repercutiu o avanço da inflação.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,56% em outubro, depois de subir 0,44% em setembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado veio acima da expectativa em pesquisa da Reuters de 0,53% para o mês.

Nos 12 meses até outubro, a inflação acumulou alta de 4,76% — já acima do teto da meta de inflação perseguida pelo Banco Central.

Altas e quedas no Ibovespa 

Entre os ativos negociados no Ibovespa, Vale (VALE3) foi, mais uma vez, um dos destaques negativos. A mineradora chegou a cair 5% e perdeu mais de R$ 15,7 bilhões em valor de mercado.

A forte queda acompanhou o desempenho do minério de ferro após a decepção dos investidores com o novo pacote de estímulos na China. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) encerrou as negociações do dia com baixa de 1,65%, a 776 yuans (o equivalente a US$ 108,65) a tonelada.

Ainda entre os destaques negativos, Alpagartas (ALPA4), Fleury (FLRY3) e Lojas Renner (LREN3) caíram mais de 6% em reação ao balanço do terceiro trimestre.

Já a ponta positiva do Ibovespa foi liderada por Embraer (EMBR3), que registrou lucro líquido ajustado de R$ 1,176 bilhão entre julho e setembro, ante os R$ 167 milhões de um ano antes.

As ações de Natura (NTCO3e Magazine Luiza (MGLU3) também avançaram com apoio dos resultados trimestrais.

Petrobras (PETR4;PETR3), que também figurou entre as maiores altas do índice, destoou do tombo do petróleo com a repercussão dos resultados do terceiro trimestre e expectativas por dividendos extraordinários.

“Ficamos surpresos com o momento dos pagamentos – isso significa que o governo brasileiro só poderá contar com esses dividendos para os resultados fiscais do próximo ano (e talvez o mesmo se aplique a quaisquer distribuições extraordinárias)”, escreveram os analistas Regis Cardoso e Helena Kelm da XP Investimentos.

Exterior 

Nos Estados Unidos, Wall Street seguiu renovando recordes ainda repercutindo as eleições presidenciais e o corte nos juros pelo Federal Reserve. O índice S&P 500 superou os 6 mil pontos pela primeira vez na história.

O mercado também repercutiu a notícia de que o candidato eleito à presidência, Donald Trump, indicará Robert Lighthizer como Representante do Comércio do país. As informações são do Financial Times.

Lighthizer ocupou o cargo no primeiro mandato do republicano e é conhecido pela visão protecionista e uma posição “dura” contra a China.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: +0,38%, aos 5.995,54 pontos – no maior nível de fechamento da história; 
  • Dow Jones: +0,59%, aos 43.988,99 pontos – no maior nível de fechamento da história;
  • Nasdaq: +0,09%, aos 19.286,78 pontos.

Na semana, o S&P 500 subiu cerca de 4,9% na semana e Dow Jones avançou 4,8% — e registraram a melhor semana desde novembro de 2023. O Nasdaq acumulou um avanço de 5,8%.

Na Europa, o  índice pan-europeu Stoxx 600 registrou sua terceira semana consecutiva de quedas. O índice foi pressionado por medidas de estímulo econômico na China vistas como pouco satisfatórias, além de preocupações de que tarifas impostas pelo governo Trump possam prejudicar o crescimento econômico.

*Com informações de Reuters 

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Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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