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Ibovespa (IBOV) tem 4ª sessão consecutiva de perdas; Vale (VALE3) cai 2,6%

20 abr 2022, 17:02 - atualizado em 20 abr 2022, 19:01
B3, Ibovespa, Mercados, Ações
Vale e siderúrgicas ajudaram a empurrar o Ibovespa para o campo negativo nesta quarta-feira (20) (Imagem: Money Times/Diana Cheng)

O Ibovespa (IBOV) deu seguimento à trajetória de perdas dos últimos três pregões nesta quarta-feira (20).

O principal índice da Bolsa brasileira fechou em queda de 0,62%, a 114.343,78 pontos.

Rob Correa, analista de investimentos e fundador da Hedgepoint, afirma que o tom cauteloso do fechamento de hoje é resultado de uma fragilidade das principais ações que compõem o índice, como grandes mineradoras, em meio a um contexto internacional turvo.

A Vale (VALE3) foi novamente responsável por empurrar o Ibovespa para o campo negativo. A mineradora registrou desvalorização de 2,6% hoje, após a divulgação dos número de produção e vendas referentes ao primeiro trimestre de 2022.

As siderúrgicas também pressionaram o índice, influenciadas pela premissa de que a China vai reduzir a produção de aço no ano.

A Usiminas (USIM5), que abriu a temporada de resultados corporativos no Brasil, despencou mais de 6% na sessão do dia.

Correa também associa o desempenho negativo ao receito do mercado quanto ao fim do ciclo de elevação de juros no Brasil, que deve afetar o fluxo de capital estrangeiro, refletindo em instabilidade cambial.

Notícias que movimentaram o Ibovespa hoje

1T22 da Vale

A produção de minério de ferro da Vale, incluindo compras de terceiros, run-of-mine e feed para plantas de pelotização, atingiu 63,9 milhões de toneladas métricas no primeiro trimestre de 2022.

O montante é 22,5% menor em relação ao volume registrado no trimestre anterior e representa um recuo de 6% em relação à quantidade registrada no mesmo intervalo do ano passado.

De acordo com a Vale, a queda na produção é resultado:

  • da menor disponibilidade de ROM (beneficiamento do minério bruto) e da maior necessidade de processar estéril em Serra Norte, dado os atrasos de licenciamento;
  • da maior relação de estéril/minério e efeitos tie-in devido à presença de estéril jaspilito no corpo mineral em S11D e à instalação de dois novos britadores primários para processar o jaspilito;
  • da interrupção durante quatro dias da Estrada de Ferro Carajás devido às fortes chuvas em março; e
  • do impacto das chuvas em Minas Gerais em janeiro, interrompendo temporariamente as operações dos Sistemas Sul e Sudeste, e também impactando a disponibilidade de compra de minério de terceiros.

Resultados da Usiminas

A Usiminas reportou lucro líquido de R$ 1,26 bilhão no primeiro trimestre do ano, representando uma alta de 5% em relação ao mesmo período de 2021.

A receita líquida da companhia totalizou R$ 7,8 bilhões, alta de 11% no comparativo anual.

Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado encolheu 36%, a R$ 1,56 bilhão. A margem Ebitda ajustada foi de 19,9%, o que representa uma queda de 14,4 pontos percentuais.

Em conferência com analistas, a Usiminas informou que focará na produção no mercado interno no segundo trimestre, reduzindo as exportações de aço por conta da volatilidade do mercado de placas.

Privatização da Eletrobras

O Tribunal de Contas da União (TCU) realiza agora o julgamento da segunda etapa da privatização da empresa estatal de energia elétrica Eletrobras (ELET3;ELET6).

Vital do Rêgo, ministro do TCU, disse mais cedo que pediria vista de 60 dias do processo de desestatização da companhia. Em entrevista ao Broadcast, do Estadão, o ministro afirmou que cabe a ele “fiscalizar cada centavo” da privatização da Eletrobras.

Confira os destaques que mexeram com o Ibovespa hoje

VALE ON (VALE3) caiu 2,6%, após a mineradora divulgar queda de 6% na produção de minério de ferro no primeiro trimestre deste ano em comparação anual, enquanto o volume de vendas da commodity recuou 9,6%. Porém, a empresa reportou também alta no prêmio do seu produto de melhor qualidade. Analistas do JPMorgan disseram que os números operacionais desapontaram e cortaram a projeção de vendas de minério de ferro no ano pela Vale para um nível menor do que a meta da companhia. Os contratos futuros do minério de ferro na bolsa de Dalian fecharam em baixa.

ELETROBRAS PNB (ELET6) teve alta forte de 4,6%, em meio ao julgamento no TCU. Após o fechamento, o ministro Vital do Rêgo concordou em um pedido de vista de 20 dias para estudar o processo. Ele havia requerido 60 dias adicionais, mas alguns de seus colegas argumentaram contra e propuseram um período menor – em certo momento falou-se até em sete dias – o que fez as ações dispararem até 7,6%, na máxima da sessão. O pregão encerrou enquanto a discussão ainda estava em andamento.

USIMINAS PNA (USIM5) recuou 6,3%, depois de registrar lucro líquido praticamente em linha com a expectativa do mercado, enquanto a receita líquida veio pouco abaixo das estimativas. A empresa anunciou estimativa de vendas de aço no segundo trimestre e disse em teleconferência com analistas que vai reduzir exportação no período. A Usiminas ainda adiou em dois meses conclusão de reparo de alto-forno em Ipatinga, que ocorre paralelamente a problemas com baterias de coque na unidade. Outras siderúrgicas também cederam.

NATURA ON (NTCO3) desabou 15,6%, maior queda desde meados de novembro.

PETROBRAS PN (PETR4) avançou 0,5% e PETROBRAS ON (PETR3) cresceu 1,2%. Petróleo fechou próximo da estabilidade.

ASSAÍ ON (ASAI3) ganhou 1,5%, após vendas mesmas lojas crescerem 6,7% no primeiro trimestre frente a um ano antes, excluindo efeito calendário. GPA ON (PCAR3) mostrou decréscimo de 1,4%, após salto de 11,2% nas vendas comparáveis no mesmo período, mas liderado pelo desempenho da unidade Éxito, que opera em outros países da América Latina. CARREFOUR BRASIL ON (CRFB3) perdeu 1,4%, após vendas mesmas lojas avançarem 8,5% em termos consolidados, incluindo postos de combustíveis e sem considerar efeitos de calendário.

MAGAZINE LUIZA ON (MGLU3) teve queda de 5,6%, VIA ON (VIIA3) perdeu 4,1% e AMERICANAS ON (AMER3) marcou baixa de 2,8%.

RUMO ON (RAIL3) se valorizou 4,6%, ECORODOVIAS ON (ECOR3) teve acréscimo de 2,3% e CCR ON (CCRO3) subiu 0,6%.

ONCOCLÍNICAS ON (ONCO3), que não está no Ibovespa, desabou 12,7%, a maior queda da ação desde o IPO no ano passado. Analistas do JPMorgan rebaixaram a recomendação do papel de “overweight” para “neutra” e reduziram preço-alvo de R$ 23 para R$ 10. O papel fechou em R$ 8,36.

Com Reuters

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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