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Ibovespa (IBOV) não aguenta pressão e fecha em queda, com pregão marcado pela inflação dos EUA

13 jul 2022, 17:10 - atualizado em 13 jul 2022, 17:44
Painel com ações da Bolsa, na B3
Ibovespa vira nos últimos minutos do pregão e encerra em queda nesta quarta-feira (13) (Imagem: Kaype Abreu/Money Times)

Em dia definido por dados de inflação nos Estados Unidos e vendas no varejo no Brasil, o Ibovespa (IBOV) fechou em queda nesta quarta-feira (13).

Sem direção definida nos mercados globais, incluindo as Bolsas norte-americanas, o índice de referência da B3 (B3SA3) teve uma sessão volátil, virando para queda de 0,4% nos últimos minutos do pregão, voltando para os 97.881,16 pontos.

Ambev (ABEV3) foi o destaque da sessão. Os papéis da companhia terminaram em alta de 5,66%, a R$ 14,57, depois que o JPMorgan elevou a recomendação de “neutra” para “overweight”.

O destaque de baixa foi mais uma vez a 3R Petroleum (RRRP3), que ampliou as perdas de ontem, fechando esta quarta em queda de 5,55%, a R$ 28,60.

Notícias que movimentaram o Ibovespa hoje

CPI dos EUA

O índice de preços ao consumidor nos EUA (CPI, na sigla em inglês) mostrou aceleração em junho, subindo 1,3% em relação a maio e 9,1% ante igual período de 2021, de acordo com o Departamento do Trabalho.

O resultado veio acima do que o mercado estava esperando, de altas de 1,1% e 8,8%.

Os novos dados de inflação afastam a ideia de que a pressão nos preços dos EUA já teria alcançado um pico e acabam reforçando a postura mais agressiva do Federal Reserve (Fed) sobre o ritmo de aperto monetário do país.

Segundo o Departamento do Trabalho dos EUA, o aumento do índice reflete uma alta generalizada nos preços, com os índices de moradia, gasolina e alimentação sendo os maiores responsáveis pelo aumento.

A taxa anual do CPI está no maior nível desde novembro de 1981.

Livro Bege

Diversos distritos do Fed relataram sinais crescentes de desaceleração na demanda, enquanto cinco distritos notaram preocupações sobre o aumento do risco de recessão, de acordo com o Livro Bege, documento que mede as condições econômicas americanas nos 12 distritos do Federal Reserve e serve de base para as discussões da próxima reunião do banco central.

Boa parte dos distritos relatou ritmo ainda moderado do mercado de trabalho, com condições apertas. Por outro lado, foi notada uma melhora na disponibilidade de mão-de-obra, em especial nos segmentos de indústria e construção.

A maioria dos distritos também continua a relatar crescimento salarial. Um terço deles identificou que empregadores estavam considerando ou deram bônus aos funcionários para compensar os custos relacionados à inflação.

Vendas no varejo brasileiro

Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que o volume de vendas no varejo teve leve alta de 0,1% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal.

O varejo restrito registrou queda de 0,2% na comparação com maio de 2021. Já no varejo ampliado, que inclui vendas de veículos e motos, partes e peças, e material de construção, o volume de vendas subiu 0,2% no comparativo mensal, já descontados os efeitos sazonais.

PEC dos Benefícios

A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça (12), em primeiro turno, o texto-base da PEC do Estado de Emergência (PEC 15/22).

O texto-base foi aprovado com 393 votos a favor e 14 contra.

A proposta permite ao governo gastar por fora do teto de gastos mais R$ 41,25 bilhões até o fim do ano em benefícios sociais, que incluem a ampliação em R$ 200 do Auxílio Brasil e do vale-gás e a criação de um auxílio de R$ 1 mil para caminhoneiros autônomos.

A PEC, também conhecida como PEC dos Benefícios ou PEC “Kamikaze”, contempla ainda um benefício a taxistas e um aumento de R$ 500 milhões na verba do programa Alimenta Brasil, de compra de alimentos de pequenos produtores e povos indígenas pelos órgãos públicos.

A proposta prevê também uma ajuda de custeio para o transporte coletivo urbano, com aportes previstos de até R$ 2,5 bilhões, e auxílio a estados e municípios que outorgarem créditos tributários do ICMS a produtores ou distribuidores de etanol hidratado em seu território.

A Câmara retomou nesta quarta a discussão da PEC em segundo turno, para análise dos destaques, depois de suspender ontem a votação por problemas técnicos no sistema de votação remota.

A Câmara rejeitou um destaque do Psol que retiraria do texto o limite de R$ 26 bilhões em gastos com o Auxílio Brasil. Os deputados também já rejeitaram sugestões para tornar a parcela de R$ 600 do programa social e derrubar o estado de emergência.

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