Mercados

Ibovespa (IBOV): Ata positiva do Fed perde para ‘risco Bolsonaro’, e índice cai

23 nov 2022, 18:10 - atualizado em 23 nov 2022, 18:27
Mercados, Ibovespa, B3
Fatores internos impediram Ibovespa de cravar alta nesta quarta-feira (23) (Imagem: Divulgação/B3)

O Ibovespa (IBOV) voltou a cair nesta quarta-feira (23), contrariando o movimento dos mercados americanos, que reagiram positivamente à divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos.

O índice de referência da Bolsa brasileira perdeu 0,17% nesta sessão, a 108.841,15 pontos. O mercado local acompanha os desdobramentos na política, que ganhou novas dimensões na semana com o PL, partido do atual presidente da República Jair Bolsonaro, contestando o resultado das urnas.

O PL entrou ontem com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo a apuração de um suposto mau funcionamento nas urnas eletrônicas usadas no segundo turno das eleições gerais de 2022.

O presidente do partido, Valdemar Costa Neto, convocou uma segunda coletiva de imprensa 24 horas depois de anunciar o pedido feito a TSE, mantendo o pedido inicial da mesma maneira – ou seja, pedindo a anulação dos votos apenas referentes à disputa presidencial do segundo turno.

Alexandre de Moraes, presidente do TSE, havia determinado que o partido apresentasse um pedido de anulação que englobe o primeiro e o segundo turno com as auditorias completas das duas votações.

Em paralelo ao episódio de contestação, os investidores seguem acompanhando os movimentos relacionados à PEC da Transição, que abre espaço para mais gastos públicos a partir de 2023.

A Guide Investimentos destaca que o prazo para manter o Bolsa Família fora do teto e a magnitude dos gastos são os pontos mais contenciosos.

Ontem, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que não há consenso em torno da PEC da Transição, aventando a hipótese de se adotar uma solução emergencial para garantir o pagamento do Bolsa Família de R$ 600 ano que vem.

Outro ponto monitorado pelos investidores é a formação da equipe ministerial de Luiz Inácio Lula da Silva, eleito para seu terceiro mandato na presidência do país. O mercado busca pistas quanto ao próximo nome que comandará a pasta de Economia.

Ritmo de aperto mais suave?

O Fed divulgou a ata da reunião realizada em setembro. Apesar do discurso mais duro de Jerome Powell, presidente do banco central americano, após o fim da reunião de novembro, o documento apresentado hoje está mais alinhado com o tom ‘flexível’ do Fed a respeito da possibilidade de novos aumentos na taxa de juros.

Os dirigentes do Fed classificaram como “inaceitável” o atual patamar dos preços americanos e reafirmaram o comprometimento com a convergência da inflação de volta para a meta de 2%.

Os membros falaram sobre a importância de aguardar o efeito cumulativo das altas registradas na economia real, de maneira a dosar com responsabilidade o impacto dos juros sobre o crescimento do país.

O Fed crê que as condições para um arrefecimento no ciclo de altas estão “próximas” e são consideradas desejáveis para o equilíbrio correto entre a geração de emprego e a estabilidade dos preços.

Com Reuters

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