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Ibovespa (IBOV) tem leve queda, mas confirma melhor trimestre desde 2020

31 mar 2022, 17:07 - atualizado em 31 mar 2022, 19:10
Ibovespa
Apesar de ter virado para a baixa, o Ibovespa se mostrou mais resiliente que o mercado de ações em Wall Street (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) encerrou o pregão desta quinta-feira (31) com uma pequena variação negativa, seguindo o tom mais ameno da sessão anterior.

O índice registrou leve queda de 0,22%, a 119.999,23 pontos. Apesar de ter virado para uma baixa, o Ibovespa se mostrou mais resiliente que o mercado de ações em Wall Street, com os principais índices fechando no vermelho.

O Ibovespa também acumula alta de 6,1% em março, quarto mês seguido de ganhos, e de 14,5% no ano, registrando o melhor trimestre desde o último período de 2020.

Os papéis da Petrobras (PETR3;PETR4) engataram uma trajetória de alta mais consistente no meio da tarde, terminando o dia com valorização.

No entanto, o desempenho positivo das duas empresas foi mitigado pela performance dos principais bancos do Brasil, que encerraram o pregão em queda.

Nesta quinta, foram divulgados dados importantes no mercado doméstico e nos Estados Unidos.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), que mostrou que a taxa de desemprego no país atingiu 11,2% no trimestre encerrado em fevereiro deste ano, totalizando 12 milhões de pessoas sem trabalho.

O levantamento também revelou que o rendimento real habitual do trabalhador caiu 8,8% no período ante mesmo período do ano anterior, de R$ 2.752 em fevereiro de 2021 para R$ 2.511 em fevereiro de 2022.

Nos EUA, o Departamento do Comércio informou que os gastos dos consumidores norte-americanos avançaram 0,2% em fevereiro, enquanto as pressões de preços continuaram a aumentar devido à inflação, que registrou o maior aumento anual em 40 anos.

Analistas esperavam um avanço de 0,5%, segundo uma pesquisa da Reuters.

A perda de apetite do consumidor se deve principalmente à alta nos preços da gasolina, dos aluguéis e dos alimentos, que forçam famílias a reduzir custos com outras coisas.

O mercado ainda manteve no radar as mudanças na corrida eleitoral, após Sérgio Moro desistir da candidatura à Presidência da República, enquanto João Doria manteve-se na disputa, após relatos na imprensa de que ele poderia desistir do pleito.

Destaques do mês

CVC BRASIL ON (CVCB3) disparou 33% e foi a ação do Ibovespa de melhor desempenho em março. O papel vinha com desempenho fraco no mês até a divulgação de resultados na noite de 15 de março. Apesar do prejuízo líquido trimestral de R$ 145,8 milhões (no quarto trimestre), os números animaram o mercado e a CVC chegou a marcar onze sessões seguidas de alta, também beneficiada por cenário externo e câmbio mais atrativo.

COGNA ON (COGN3) teve a segunda maior alta do índice no mês, de 25,2%, também impulsionada por resultados trimestrais. Só no dia 25, primeiro pregão após os números de quarto trimestre virem a público, o papel avançou quase 20%. Analistas receberam com bons olhos um avanço acima do esperado do Ebitda recorrente e uma queda nas provisões para inadimplência.

EMBRAER ON (EMBR3), o grande destaque do Ibovespa em 2021, esteve do lado oposto em março, cravando o pior desempenho dentre as ações do índice no mês, queda de 15%. A ação, que já tinha desempenho ruim no período por causa dos potenciais efeitos da guerra no setor aéreo, estendeu baixa após resultados divulgados no dia 9.

PETRORIO (PRIO3) caiu 7,8%, apesar da alta do petróleo no mês e foi a segunda principal queda do índice em março.

Destaques da sessão

PETROBRAS PN (PETR4) e ON (PETR3) subiram 1,4% e 0,4%, respectivamente, apesar da queda de 4,8% do petróleo Brent, à medida que o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou maior liberação de reservas da história do país. PETRORIO ON (PRIO3) cedeu 5,1% e 3R PETROLEUM ON (RRRP3) perdeu 0,8%.

VALE ON (VALE3) cedeu 0,3%, mesmo com alta de 3,3% no preço do minério de ferro na China. USIMINAS PNA (USIM5) perdeu 2,7%.

ITAÚ UNIBANCO PN (ITUB4) teve queda de 1,3% e BRADESCO PN (BBDC4) recuou 0,9%. As ações pioraram no final do pregão, em meio à notícia de que governo avalia potencial aumento de impostos do setor, segundo O Globo.

ELETROBRAS PN (ELET6) ganhou 2,3%, enquanto ON avançou 2,8%. CEMIG PN (CMIG4) teve alta de 3%. Em saneamento, SABESP ON (SBSP3) subiu 5,5%.

AMERICANAS ON (AMER3) caiu 5,5%, assim como MÉLIUZ ON (CASH3), e YDUQS ON (YDUQ3) perdeu 4,5%. As ações estiveram entre destaques de baixa em percentual.