Ibovespa (IBOV) troca sinal e fecha em disparada de 1,70% com Fed menos agressivo
O Ibovespa (IBOV), que operou a maior parte do dia em queda de mais de 1%, virou no final da tarde e fechou em dispararda de 1,70%, a 108.191,73 pontos.
O movimento segue os principais índices acionários norte-americanos, que subiam após o presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, dizer que o Comitê não está ativamente considerando uma elevação de juros de 0,75 pontos percentuais.
O economista da Daycoval Asset, Julio Barros, destaca que é fundamental esperar a ata da reunião que decidiu pela elevação dos juros, mas diz que também não viu uma postura mais dura.
“O Comitê deu uma certa relativizada com os dados recentes”, coloca.
Para André Meirelles, Diretor de Alocação e Distribuição da InvestSmart XP, o aumento foi em linha com o esperado e segue sendo digerido pelo mercado, a princípio com alívio.
Mair tarde, o Copom irá divulgar o resultado para Selic. A expectativa é que o comitê anuncie um aumento de +1% e dê indicativos sobre os próximos passos para política monetária.
“Atualmente, o mercado precifica que o fim do ciclo do aumento de juros acontecerá em junho, com a Selic em torno de 13,25% a.a.”, diz Meirelles.
“Foi um discurso mais ‘dovish’ (suave) do que o mercado estava esperando. Dado o alto nível de inflação, o mercado achava que Fed podia vir com alguma alta de 0,75 ponto em alguma reunião à frente. E, por ora, ele descartou essa possibilidade”, disse Welliam Wang, head de renda variável na AZ Quest.
Continuamos muito cautelosos com bolsa, disse ele, avaliando ser difícil para o Fed segurar a inflação sem causar recessão, embora a queda recente das ações possa limitar a intensidade do impacto no mercado. Ainda assim, disse o gestor, “no curto prazo, há esse ambiente mais líquido, um pouco menos duro”.
Ações, em geral, beneficiam-se de altas menos intensas nos juros, porque aperto monetário tira liquidez dos mercados amplia o custo de capital das empresas.
Destaques
– Petrobras (PETR4) e Petrobras (PETR3) disparou 6%, com alta de quase 5% do petróleo Brent, após a União Europeia propor embargo faseado ao petróleo russo e refinados da matéria-prima. A medida precisa ser aprovada pelos membros do bloco. 3R Petroleum (RRRP3) avançou 4,7%, após resultados do primeiro trimestre. PetroRio (PRIO3) ganhou 5,8% antes de publicar seus números à noite. A Petrobras divulga balanço na quinta-feira.
– Marfrig (MRFG3) desabou 7,8%, quinta baixa seguida, após o frigorífico anunciar queda de 61% no lucro líquido no primeiro trimestre ano a ano, pressionado pelo aporte na BRF, ainda que o resultado operacional tenha sido recorde para o período. A rival JBS cedeu 3%.
– Magazine Luiza (MGLU3) saltou 7,6%, Americanas (AMER3) ganhou 7,5% e Via registrou alta de 5,6%, com varejistas beneficiadas pela fala de Powell. GPA (PCAR3) aumentou 7,5%. Méliuz (CASH3) cresceu 7,3% e Inter (BIDI11) exibiu acréscimo de 5,8%.
– Vale (VALE3) teve queda de 0,8%, enquanto siderúrgicas fecharam sem direção única.
– XP (XP) desabou 7,5% em Nova York, após cair até 18,6%, diante de desaceleração no lucro no primeiro trimestre, com menor crescimento da base de clientes e da captação líquida. Os negócios foram afetados pelos efeitos da Covid-19 e da invasão da Ucrânia pela Rússia. O Citi destacou receita menor do que a esperada.
– Itaú (ITUB4) perdeu 0,1% e destoou de alta firme de grandes bancos.
– TIM Brasil (TIMS3) subiu 1,5%. A operadora de telecomunicações teve alta de 46,4% no lucro líquido do primeiro trimestre frente a um ano antes. A empresa ainda disse que espera quase dobrar o patamar de dividendos em 2022 e seus executivos afirmaram que o foco será em 5G a partir de 2023.
– Raia Drogasil (RADL3) avançou 0,6%. A rede de farmácias reportou queda de 18% no lucro líquido ajustado do primeiro trimestre na base anual.
– Cielo (CIEL3) fechou estável e Iguatemi (IGTI11) valorizou-se 1,4%. As companhias também divulgaram resultados trimestrais na véspera.