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Em dia de falas de Lula, Ibovespa ignora Wall Street e fecha em queda; Usiminas (USIM5) despenca 13,9%

23 abr 2024, 17:11 - atualizado em 23 abr 2024, 17:28
usiminas
Ibovespa fecha em queda de 0,34% nesta segunda (23) (Imagem: REUTERS/Alexandre Mota)

O Ibovespa fechou em queda nesta terça-feira (23), após oscilar entre as altas e baixas, indo contra do fluxo positivo de Wall Street

O índice fechou em baixa de 0,34%, a 125.148,07 pontos.

Segundo Lucas Almeida, especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital, a queda nos preços do minério de ferro e o desempenho negativo da Usiminas (USIM5) afetaram o Ibovespa hoje.

Além disso, a divulgação do Boletim Focus, que trouxe ajustes com projeções pessimistas e alteração na expectativa de inflação dos próximos anos, deixou o mercado desanimado. 

As ações do Pão de Açúcar (PCAR3) lideraram as altas do dia, fechando com +11,69%. Além disso, Fleury (FLRY3) subiu 5,07% após comunicar a aquisição do laboratório São Lucas, em Santa Catarina.

Na ponta negativa, Usiminas despencou 13,91% devido à redução de 93% no lucro líquido reportado nos resultados do 1T24, em relação ao mesmo período do ano passado. Dentre os fatores que contribuíram na pressão negativa sobre as ações, a empresa enfrenta desafios com o aumento nas importações de aço.

Por fim, Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3) marcaram quedas de respectivamente 5,88% e 2,88%. Segundo Almeida, as ações foram impactadas pelo aumento das expectativas de inflação para 2024 e 2025 e questionamentos sobre o ritmo de corte dos juros no Brasil.

Esse cenário eleva as taxas de juros futuras, aumentando o custo do capital, o que pode desincentivar investimentos e aumentar os custos de dívida das empresas de varejo, reduzindo suas margens de lucro”, completa.

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Ibovespa: Falas de Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não se conteve e subiu o tom do discurso contra as pressões do mercado financeiro. Lula realizou uma reunião do a imprensa nesta terça-feira (23), onde respondeu perguntas de jornalistas e aproveitou para puxar a orelha do Banco Central.

Ao ser questionado sobre o sucessor de Roberto Campos Neto — que deixa a presidência do Banco Central em dezembro –, Lula disse que ainda está decidindo se antecipará a sua indicação ou se fará o anúncio mais próximo do fim do mandato de RCN.

Lula aproveitou a ocasião para alfinetar Campos Neto sobre a condução da atual política monetária. Vale lembrar que o presidente do BC andou sinalizando que o Comitê de Política Monetária (Copom) pode reduzir os cortes da Selic diante do aumento do risco fiscal.

“Quem já conviveu com Roberto Campos um ano e quatro meses não tem nenhum problema de viver mais seis meses. O que eu espero é que o Roberto Campos leve em conta que o Brasil não corre nenhum risco”, disse.