Ibovespa

Vale (VALE3) e exportadoras ‘seguram’ o Ibovespa (IBOV) aos 122 mil pontos; dólar sobe a R$ 5,51 com declarações de Lula

26 jun 2024, 17:04 - atualizado em 26 jun 2024, 17:33
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(Imagem: Money Times)

A divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) era o que deveria nortear os negócios desta quarta-feira (26). 

Mas novas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva roubaram as atenções dos investidores, com a renovação da cautela com o cenário fiscal. 

O Ibovespa (IBOV), que operou a maior parte do pregão em queda, terminou a sessão em alta de 0,25%, aos 122.641,30 pontos, com apoio das exportadoras – que acompanharam a forte alta do dólar. As cotações são preliminares. 

O dólar à vista (USBRL) fechou a R$ 5,5194, com alta de 1,19%. Esse é o maior nível de fechamento desde janeiro de 2022. 

Durante entrevista ao UOL, o presidente Lula afirmou que o “problema não é ter que cortar [os gastos], é saber se precisa efetivamente cortar ou se precisa aumentar a arrecadação”.  

O chefe do Executivo descartou a possibilidade de o governo desvincular pensões e benefícios como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) da política de ganhos reais do salário mínimo.

“Garanto que o salário mínimo não será mexido enquanto eu for presidente da República”, afirmou. “Eu não posso penalizar a pessoa que ganha menos.”

Além disso, o governo publicou o decreto que estabelece um novo regime de metas de inflação: a meta contínua

O regime de meta de inflação atual, chamado de “ano-calendário”, considera o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) de janeiro até dezembro. 

Já o modelo de meta contínua, que deve ser implementado a partir de 2025, considera continuamente se a meta está dentro do que foi definido pelo governo — de 3%.

Ofuscado pelo cenário fiscal, o mercado pouco reagiu à prévia da inflação, que desacelerou na comparação mensal. O IPCA-15 ficou em 0,39% em junho, após alta a 0,44% em maio, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado ficou abaixo das expectativas do mercado, de 0,44% para o mês.

“A surpresa de -3 bps em relação ao esperado por nós é justificada por itens voláteis (passagem aérea e gasolina) e que levam o IPCA fechado de junho a um ajuste automático baixista”, afirma Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos.

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Altas e quedas do Ibovespa 

No setor de mineração e siderurgia — do Ibovespa também —, Usiminas (USIM5) liderou os ganhos desde o início do pregão com alta de 3,32%, a R$ 7,79. 

Vale (VALE3) acompanhou o ritmo de alta e fechou com avanço de 1,24%, a R$ 61,40 – sustentando o principal índice da bolsa brasileira. 

O avanço dos papéis acompanhou a valorização do minério de ferro na China. Os contratos mais líquidos da commodity, com vencimento em setembro, encerraram as negociações com ganhos de 3,38%, com a tonelada a US$ 136,73.

Na ponta negativa, a abertura da curva de juros com o aumento das incertezas sobre o cenário fiscal penalizou as ações cíclicas. 

As ações do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), Azul (AZUL4) – também pressionadas pelo dólar – e Petz (PETZ3) registraram as maiores perdas do Ibovespa, com baixa acima de 4%. 

Exterior 

Wall Street operou em compasso de espera. O índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) de maio dos Estados Unidos deve ser divulgado na próxima sexta-feira (28). 

O dado deve calibrar as apostas sobre a trajetória dos juros na maior economia do mundo, já que é a referência de inflação para o Federal Reserve (Fed). 

Confira o fechamento dos índices de Nova York: 

  • S&P 500: +0,16%, aos 5,477,90 pontos; 
  • Dow Jones: +0,04%, aos 39,127,80 pontos; 
  • Nasdaq: +0,49%, aos 17.805,16 pontos.